De 11 a 13 de novembro, Brasília foi o centro de um diálogo que poucos fora do circuito dos hospitais universitários prestam atenção. A Jornada Ebserh, organizada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, reuniu gestores, ministros e técnicos para discutir o presente e o futuro dos 45 hospitais da rede. Para além das plenárias e discursos protocolares, houve espaço para troca de ideias, premiações e até uma exposição fotográfica que tentou humanizar o cotidiano dos corredores de enfermaria.
Entre os destaques do evento, estava o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), que levou para casa o prêmio de Boas Práticas de Controle Interno pelo projeto de “Implantação da Gestão de Custos”. A superintendente do hospital, Andrea Lindenberg, ao lado de seu time de gerentes, não escondeu o orgulho. “Foi uma oportunidade de aprendizado coletivo, de mostrar que a gestão pública, quando bem feita, pode ser eficiente e humana,” afirmou.
A superintendente do hospital, Andrea Lindenberg
Um prêmio e uma mensagem - O prêmio, entregue no último dia do evento, é parte de uma iniciativa da Auditoria Interna da Ebserh para estimular processos inovadores e replicáveis. Carlos Alberto Coimbra, gerente administrativo do Humap e responsável direto pela implementação do projeto, descreveu a premiação como um marco para o hospital. “A gestão pública, especialmente em saúde, exige precisão e responsabilidade. Este reconhecimento mostra que estamos no caminho certo,” pontuou.
A ideia de implementar a Gestão de Custos pode soar como mais um jargão burocrático, mas para Coimbra e sua equipe, é um mecanismo de sobrevivência. No universo apertado dos hospitais públicos, onde o orçamento é sempre menor do que a necessidade, saber onde cada centavo é aplicado significa salvar vidas – literalmente.
Carlos Alberto Coimbra, gerente administrativo do Humap, a superintendente do hospital, Andrea Lindenberg
Gestão que vai além dos números - O prêmio foi apenas uma parte do papel que o Humap desempenhou na jornada. No grupo temático de Gestão de Pessoas, o hospital apresentou práticas para lidar com os desafios do setor de recursos humanos, como a retenção de talentos e o enfrentamento de ambientes de trabalho sobrecarregados. Para a gerente de Ensino e Pesquisa, Oleci Frota, o evento foi uma oportunidade de mostrar que mesmo nas adversidades, o hospital encontra formas de avançar.
Fotografia e simbolismo - O evento também inaugurou a exposição “Mosaico”, uma coleção de 90 imagens que buscam mostrar o lado humano dos hospitais da rede. Entre as fotos, profissionais exaustos, pacientes esperançosos e momentos que revelam a tensão – e a beleza – do SUS. O Humap, claro, teve seu espaço garantido na galeria virtual.
A mostra não apenas trouxe um olhar poético para o cotidiano hospitalar, mas também lembrou que, por trás dos números e relatórios, há pessoas. E para Andrea Lindenberg e sua equipe, foi mais uma forma de reafirmar o compromisso do Humap com a humanização da saúde pública.
Brasília celebra o Humap-UFMS como exemplo de eficiência no SUS
O contexto maior - A Jornada Ebserh também foi palco para grandes anúncios e debates. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a relação entre ensino, pesquisa e assistência como pilares da inovação no SUS. “Uma assistência de qualidade é inseparável da pesquisa e da educação,” afirmou.
O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, reforçou o papel do evento como espaço de planejamento estratégico, enquanto a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, trouxe à tona discussões sobre assédio e discriminação no ambiente hospitalar, lançando uma consulta interna para mapear e enfrentar esses problemas.
