
Legisladores democratas acusam o ex-presidente Donald Trump de utilizar o FBI como instrumento de perseguição política contra membros do Congresso dos Estados Unidos. A denúncia ocorre após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, no qual seis parlamentares incentivam militares a rejeitarem eventuais “ordens ilegais”.
Nesta terça-feira (25), os congressistas revelaram que foram notificados sobre uma possível investigação federal relacionada à gravação. Segundo eles, agentes do FBI entraram em contato com os Sargentos de Armas da Câmara e do Senado para agendar entrevistas com os envolvidos.
“O presidente Trump está usando o FBI como uma ferramenta para intimidar e assediar membros do Congresso”, afirmaram quatro deputados democratas em nota oficial.
A senadora Elissa Slotkin, de Michigan, uma das parlamentares presentes no vídeo, afirmou a jornalistas que a notificação partiu diretamente da divisão de contraterrorismo do FBI. “Recebemos ontem à noite uma nota informando que eles estão abrindo o que parece ser uma investigação contra nós seis”, declarou.
O caso provocou reações intensas nas redes sociais, principalmente após Trump afirmar que a conduta dos parlamentares seria “punível com a MORTE”, em uma publicação. A fala elevou o tom do embate político e trouxe à tona críticas sobre a utilização de agências federais para fins partidários.
Além da investigação do FBI, o senador Mark Kelly, do Arizona, também aparece no centro da polêmica. O Pentágono confirmou que avalia se houve violação da legislação militar por parte do parlamentar, que é ex-astronauta e capitão aposentado da Marinha.
O gabinete de Kelly confirmou que foi procurado pelo FBI, por meio do Sargento de Armas do Senado. Em nota, um porta-voz declarou que o senador “não se deixará silenciar pela tentativa do presidente Trump e do secretário de Guerra Hegseth de intimidá-lo e impedi-lo de exercer suas funções”.
No vídeo, os parlamentares democratas fazem um apelo às tropas norte-americanas para que se atenham apenas a ordens legais. Embora não citem Trump diretamente, a gravação foi interpretada por seus aliados como um ataque ao ex-presidente, que busca retornar à Casa Branca em 2026.
A publicação gerou forte repercussão na base conservadora e mobilizou figuras como Pete Hegseth, ex-militar e comentarista ligado ao trumpismo, que acusou os legisladores de subversão.
Apesar das reações, os congressistas insistem que o vídeo tem caráter preventivo e visa resguardar a Constituição dos EUA diante de possíveis abusos de autoridade. “Estamos defendendo os princípios democráticos e sendo punidos por isso”, afirmou Slotkin.
Até o momento, o FBI não confirmou oficialmente a abertura de um inquérito formal. O Departamento de Justiça também não se manifestou sobre o caso. Especialistas em direito constitucional ouvidos por veículos internacionais apontam que a situação pode escalar juridicamente, caso haja qualquer tentativa de criminalização do discurso parlamentar.


