
Na tarde em que saiu de casa para visitar o Bioparque Pantanal, em Campo Grande, Giselle Maria Ferreira Lourenço, 66 anos, viveu o que chamou de um sopro de vida. O passeio pode parecer comum, mas para quem está em cuidados paliativos há mais de um ano, cada detalhe tem peso diferente.

Diagnosticada há oito anos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Giselle passou os últimos meses cercada de atenção no programa Unimed em Casa, serviço de home care da Unimed Campo Grande. Entre consultas e rotinas de fisioterapia e psicologia, nasceu também a confiança para compartilhar um desejo simples: sair de casa, ainda que por pouco tempo.

A ideia de um passeio vinha sempre acompanhada do medo de passar mal. Mas a escuta atenta da fisioterapeuta Naiana Soares Silva e do psicólogo Antonio Inácio da Silva transformou a vontade em plano. Um time multiprofissional preparou tudo, respeitando os limites da paciente.
No dia marcado, Giselle foi acompanhada por uma das filhas, Bárbara Lourenço Mourão, e por um dos netos. “O passeio foi um verdadeiro sopro de vida para minha mãe. No começo, ela estava apreensiva, mas quando viu toda a equipe ao lado dela, se sentiu segura. Quando voltou para casa, parecia outra pessoa. Desde então, não para de olhar as fotos desse dia”, contou Bárbara.

Para Naiana, ver o brilho nos olhos da paciente foi indescritível. “É emocionante perceber que, com dedicação e amor, podemos proporcionar não apenas cuidado, mas também alegria e dignidade”, disse.
No Bioparque, cercada de natureza e da família, Giselle viveu uma pausa na rotina de tratamentos. O coordenador do programa, Reginaldo Toble Falcão, resume a essência desse trabalho: “Os cuidados paliativos não são sobre o fim, mas sobre o presente. Sobre proporcionar qualidade e dignidade, mesmo em meio às limitações”.

