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HIDROVIA

Hidrovia do Paraguai deve receber R$ 64 milhões em investimentos e impulsionar Mato Grosso do Sul

Projeto inclui articulação internacional e abre caminho para transformar o rio Paraguai em corredor estratégico para a economia regional

17 dezembro 2024 - 08h09Da redação
Rio Paraguai pode triplicar volume de transporte com concessão aprovada pela ANTAQ
Rio Paraguai pode triplicar volume de transporte com concessão aprovada pela ANTAQ - (Foto: Divulgação)
ENERGISA

O rio Paraguai, um dos símbolos mais importantes de Mato Grosso do Sul, poderá em breve se consolidar como um eixo central do transporte hidroviário no país. A ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) aprovou, nesta última quinta-feira (12), um estudo que propõe a concessão de um trecho de 600 quilômetros da hidrovia, com uma tarifa-teto de R$ 1,27 por tonelada transportada e investimentos previstos na ordem de R$ 64 milhões.

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Os números impressionam. Hoje, cerca de 7 milhões de toneladas/ano são transportadas pela hidrovia. Com as melhorias propostas, a capacidade pode saltar para mais de 25 milhões de toneladas/ano ao longo dos 15 anos de concessão. Na prática, a expansão significa não apenas maior eficiência logística, mas também um estímulo decisivo para o agronegócio e outras cadeias produtivas de Mato Grosso do Sul, que têm na hidrovia um canal natural de escoamento.

Uma logística sustentável e competitiva - O relator do estudo, diretor Alber Vasconcelos, ressaltou a necessidade de acordos com países vizinhos, já que o rio Paraguai forma a fronteira natural entre o Brasil, Paraguai e Bolívia. A articulação internacional, conduzida em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, é vista como essencial para garantir a integração dos trechos e a viabilidade do projeto.

A hidrovia do Paraguai, que já é utilizada para transporte de grãos e minérios, representa um potencial subaproveitado. Especialistas apontam que investir no modal hidroviário não só torna o transporte mais barato, como também mais sustentável. O uso da hidrovia reduz a emissão de CO em comparação com o transporte rodoviário, ao mesmo tempo em que diminui o desgaste das estradas e os custos logísticos.

Para além dos números - Em um estado como Mato Grosso do Sul, onde o agronegócio é motor da economia, a possibilidade de ampliar a capacidade da hidrovia traz ganhos estratégicos. Com o escoamento de commodities mais eficiente, os produtores poderão acessar mercados internacionais com menos custos e prazos menores.

Além do setor agrícola, outros segmentos podem ser beneficiados, como o transporte de minérios e combustíveis, atraindo novos investimentos e impulsionando o desenvolvimento regional. O estudo aponta, ainda, que o projeto de concessão poderá gerar empregos diretos e indiretos, movimentando a economia local e garantindo maior integração das cidades ribeirinhas.

Um plano ambicioso para as hidrovias - A proposta da ANTAQ para a hidrovia do Paraguai faz parte de um plano maior: a concessão de seis hidrovias até 2026, com a ideia de fortalecer o modal no país. No início do ano, a agência havia aprovado o estudo para concessão da Hidrovia do Madeira, mas pressões políticas acabaram atrasando o avanço do projeto.

No caso do Paraguai, o estudo traz otimismo. A estruturação do projeto sugere um caminho mais seguro, com foco no potencial econômico de Mato Grosso do Sul e na articulação com países vizinhos.

Polo de desenvolvimento - Enquanto grandes obras de infraestrutura costumam se concentrar em rodovias ou ferrovias, a aposta na hidrovia do Paraguai reforça uma alternativa que combina baixo custo, sustentabilidade e integração regional. Mato Grosso do Sul, com sua localização privilegiada e rios navegáveis, emerge como protagonista em um cenário de logística mais eficiente e alinhada ao crescimento sustentável.

O estudo aprovado pela ANTAQ agora segue para o Ministério de Portos e Aeroportos, que será responsável pela audiência pública antes do leilão. As regras sugerem que o vencedor será definido pelo maior desconto sobre a tarifa-teto de R$ 1,27, garantindo competitividade ao projeto.

Uma rota que se abre - Em tempos de gargalos logísticos e pressões ambientais, o investimento na hidrovia do Paraguai mostra-se mais do que uma aposta: é uma necessidade. Mato Grosso do Sul, com seu perfil exportador e seu potencial hidroviário ainda pouco explorado, ganha a chance de se posicionar como um hub logístico estratégico, conectando o Brasil ao comércio internacional com eficiência e menor impacto ambiental.

O rio Paraguai, tão associado à história e à cultura da região, pode se tornar também um símbolo do futuro. Um corredor de desenvolvimento que, a ferro e água, conecta Mato Grosso do Sul ao mundo.

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