E estes não são minoria: dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apontam que até 90% da população tem o Herpes Simples 1 (HSV-1), mais conhecido como herpes labial. “E quem não tem terá contato com o vírus pelo menos até a idade adulta”, diz o infectologista Marcelo Litvoc, do Hospital Sírio-Libanês.A recorrência é alta principalmente devido à forma de transmissão, basicamente por contato físico ou com utensílios, como garfos e facas, quando a doença está na fase ativa, com bolhas aparecendo. “E, apesar do nome, este tipo de vírus também pode aparecer em outras partes do corpo, inclusive nos genitais”, explica Litvoc.

Segundo o infectologista, o tipo 2 do vírus (HSV-2), conhecido como herpes genital, é uma doença sexualmente transmissível (DST), porém também pode aparecer em outras partes do corpo, até mesmo no rosto – o que pode dificultar o diagnóstico sem o exame sorológico. A estimativa é de que 20% da população seja portadora do vírus tipo 2.
Sintomas e tratamento
Além do aspecto físico, os sintomas do herpes – principalmente quando se trata da primeira infecção – pode envolver febre, dor e, no caso do herpes genital, ardor ao urinar. Ainda de acordo com a SBD, estes sintomas aparecem em 50% dos portadores do vírus.
O vírus do herpes não tem cura, apenas tratamento – feito com antivirais e pomadas – e permanece no corpo para sempre, se manifestando geralmente quando a pessoa está com a imunidade baixa. “Ele pode ficar incubado em certos tipos de células nervosas, sendo ativado por estresse, cansaço, exposição ao sol, menstruação – no caso das mulheres – e outras infecções, como uma gripe. Com tratamento é possível aliviar os sintomas e reduzir a vida útil das irritações e bolhas, mas não eliminar a infecção”. Cerca de 5% a 10% da população sofre com mais de seis crises de herpes anuais.
Herpes genital pode ser transmitido mesmo sem lesões
Para evitar a transmissão da doença, pessoas com herpes simples, independentemente do tipo, devem lavar as mãos sempre que tocarem nas lesões. Para as mulheres, durante a gravidez, dentro do útero, a criança está protegida, mas pode ser infectada durante o parto normal.
O mais recomendado àqueles com herpes genital é o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Um estudo recente divulgado no periódico *Journal of American Medical Association aponta que pessoas com herpes genital correm o risco de contagiar seus parceiros, mesmo quando a doença não apresenta lesões. A pesquisa constatou que o vírus pode permanecer ativo mesmo sem apresentar qualquer sintoma.
