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MUNDO

Harvard abre investigação sobre laços de Lawrence Summers com Jeffrey Epstein

Mensagens revelam proximidade entre ex-presidente da instituição e empresário condenado por crimes sexuais

19 novembro 2025 - 21h15Geovanna Hora
Relação de Lawrence Summers com Jeffrey Epstein será investigada por Harvard.
Relação de Lawrence Summers com Jeffrey Epstein será investigada por Harvard. - (Foto: Mandel Ngan/AFP)

A Universidade de Harvard anunciou nesta quarta-feira (19) a abertura de uma investigação para apurar a relação entre o ex-presidente da instituição e ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Lawrence Summers, e o empresário Jeffrey Epstein, condenado por exploração sexual de menores. A decisão veio após a divulgação de e-mails que apontam uma troca contínua de mensagens entre os dois até às vésperas da prisão de Epstein, em 2019.

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A revisão foi confirmada pelo porta-voz de Harvard, Jonathan Swain, ao jornal estudantil The Harvard Crimson, que teve acesso às mensagens recentemente tornadas públicas pelo Comitê de Fiscalização da Câmara dos Representantes dos EUA. Segundo Swain, a apuração se estende a outros nomes ligados à universidade que constam nos documentos — entre eles, a esposa de Summers, Elisa New, e o professor emérito de Direito Alan Dershowitz.

Os e-mails analisados pelo Crimson revelam que Summers e Epstein trocaram mensagens entre novembro de 2018 e julho de 2019. Em alguns trechos, aparecem comentários sobre uma mulher não identificada, descrita por ambos como "perigosa". Summers menciona a relação com ela como sendo de "mentor de economia", enquanto Epstein sugere que ela "parece carente".

Além de trocas sobre questões pessoais, os registros apontam que Summers solicitou a Epstein apoio financeiro para Harvard. Em uma das mensagens, o empresário se refere a si próprio como “parceiro” do ex-secretário.

Epstein, que chegou a doar cerca de US$ 9,1 milhões à universidade entre 1998 e 2008, foi condenado em 2008 e preso novamente em 2019. Um mês após sua detenção, foi encontrado morto em sua cela em Nova York. Laudo oficial apontou suicídio.

Jeffrey Epstein foi condenado por exploração sexual em 2008.
Jeffrey Epstein foi condenado por exploração sexual em 2008. - (Foto: Uma Sanghvi/AP)

A divulgação do conteúdo dos e-mails gerou forte repercussão. Na última segunda-feira (18), Lawrence Summers anunciou publicamente que se afastaria da vida pública. Em comunicado, classificou como um “erro de julgamento” ter mantido contato com Epstein, mesmo após sua condenação.

Desde então, ele se desligou de diversas organizações, como a Bloomberg, o New York Times, o think tank Center for American Progress e, mais recentemente, do Conselho de Administração da OpenAI. Em nota, a empresa responsável pelo ChatGPT agradeceu suas contribuições, enquanto Summers declarou que sua saída está alinhada ao compromisso de reconstruir a confiança pública.

Mesmo com o afastamento de cargos externos, ele segue lecionando em Harvard neste semestre, com duas turmas de graduação e uma de pós-graduação. A universidade não respondeu se ele será afastado de suas funções acadêmicas durante a investigação.

A investigação da universidade não se limita a Summers. Segundo o Crimson, pelo menos uma dúzia de funcionários e professores, atuais e antigos, aparecem nos documentos divulgados. Harvard pretende analisar o conteúdo com o objetivo de avaliar eventuais medidas institucionais.

Em 2020, um relatório interno já havia reconhecido os vínculos financeiros entre Harvard e Epstein, e estabeleceu diretrizes mais rígidas para aceitar doações no futuro. Agora, com os novos documentos revelando proximidade pessoal com figuras influentes da universidade, a crise se reacende com força.

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