
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (25) que a Operação Spare, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Polícia Militar, envolve cerca de 200 postos de combustíveis e é uma ramificação da Operação Carbono Oculto. A ação tem como alvo um esquema de jogos de azar e venda de combustíveis adulterados, com envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) e uso de empresas de pagamentos para lavagem de dinheiro.

Segundo Haddad, a atuação ilegal envolve postos em todo o estado, e a Receita Federal deve publicar uma normativa para identificar os beneficiários finais (pessoas físicas) em cadeias de fundos de investimento e empresas — uma medida para fechar brechas utilizadas pelo crime organizado.
“Vamos dificultar o uso de laranjas e estruturas financeiras opacas por organizações criminosas”, declarou o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas.
A operação desta quinta conta com apoio da Receita Federal, da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria-Geral do Estado. Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão.
A Operação Carbono Oculto, que originou o novo desdobramento, foi realizada em 28 de agosto e é considerada a maior ação contra a infiltração do crime organizado na economia formal brasileira. A ofensiva atingiu empresas, corretoras e fundos situados na Avenida Faria Lima, em São Paulo, movimentando R$ 17,7 bilhões em transações suspeitas.
Um dos principais alvos da investigação foi a instituição de pagamentos BK Bank, acusada de operar como intermediária para a lavagem de recursos ilícitos.
Em nota à época, a BK Bank negou irregularidades e afirmou atuar com “transparência e rigoroso compliance”.
A Operação Spare reforça o alerta das autoridades sobre o avanço do crime organizado na economia formal, especialmente nos setores de combustíveis, apostas ilegais e serviços financeiros.
