
Representantes de Israel e do Hamas voltaram à mesa de negociações nesta terça-feira (7), no Egito, com o objetivo de discutir uma possível trégua na guerra que atinge a Faixa de Gaza e que completa dois anos nesta data. A retomada do diálogo foi estimulada após o grupo palestino sinalizar interesse em discutir o plano de paz apresentado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O plano propõe, entre outros pontos, anistia para membros do Hamas que abandonarem a luta armada e a criação de um governo provisório na região, composto por tecnocratas palestinos e especialistas internacionais, sob supervisão de um "Conselho da Paz", que teria Trump como presidente. A proposta, no entanto, não detalha a criação imediata de um Estado palestino, mas sugere que o reconhecimento poderia vir em etapas futuras.
A primeira fase das negociações, mediada por representantes do Egito e do Catar, busca chegar a um acordo para a libertação de reféns ainda em poder do Hamas — uma exigência considerada crucial para o avanço das conversas.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor de Relações Internacionais Gunther Rudzit, da ESPM, afirmou estar “um pouco mais otimista” em relação ao atual cenário, principalmente pela reaproximação de Trump com governos árabes que passaram a pressionar pelo fim da guerra após firmarem acordos econômicos com os EUA.
“O plano tem pontos sensíveis, como o reconhecimento mútuo entre Israel e Palestina, que ainda enfrenta resistência dos dois lados, mas é um início”, analisou Rudzit. Segundo ele, a proposta americana pode abrir espaço para uma solução diplomática “em médio ou longo prazo”.
As conversas no Egito continuam nos próximos dias, com expectativa de novos avanços caso os primeiros entendimentos sejam bem-sucedidos.
