
Pela primeira vez, os pais estão ficando com a guarda dos filhos tanto quanto as mães nos casos de divórcio. Dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE revelam que a guarda compartilhada passou a ser mais comum do que a guarda unilateral materna, algo impensável até poucos anos atrás.
Em 2024, 44,6% das separações resultaram em guarda compartilhada. Já a guarda exclusiva com a mãe caiu para 42,6%. Há 10 anos, a situação era bem diferente: 85% das mães ficavam com os filhos após o divórcio, e apenas 7,5% dos casos eram compartilhados entre pai e mãe.
O que mudou? - A virada começou com a Lei 13.058, aprovada em 2014, que determinou a guarda compartilhada como preferência nos acordos de separação. A norma prevê que pai e mãe participem ativamente da vida dos filhos, mesmo após o fim do casamento. E, de forma gradual, essa ideia passou a ser adotada nos tribunais e cartórios.
Apenas 2,8% das guardas seguem sendo atribuídas exclusivamente aos pais. Já 0,8% dos filhos ficaram sob cuidados de terceiros, como avós ou outros familiares. Em quase 10% dos registros, não há informação sobre a guarda.
Casamentos duram menos, mas ainda acontecem - O levantamento também mostra que os casamentos têm durado cada vez menos. Há 20 anos, a média era de 17 anos. Hoje, está em 13,8. Mesmo com esse cenário, o número de casamentos teve um leve aumento em 2024, após anos de queda.
Foram 948 mil casamentos registrados, um crescimento tímido de 0,9% em relação ao ano anterior. Desse total, mais de 12 mil foram entre pessoas do mesmo sexo.
Mesmo com uma pequena queda de 2,8%, o número de divórcios no país segue alto. Em 2024, foram mais de 9,4 milhões de separações registradas em primeira instância ou por cartório. Segundo o IBGE, a redução não é suficiente para apontar uma mudança na tendência de crescimento das dissoluções matrimoniais.

