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Grupo Rede assume Enersul e promete recuperar a credibilidade da empresa

Deputado Paulo Correa, prefeito Nelson Trad, Carmem Pereira, André Puccinelli e o empresário Jorge Q
Deputado Paulo Correa, prefeito Nelson Trad, Carmem Pereira, André Puccinelli e o empresário Jorge Q - Divulgação
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O Grupo Rede que assumiu na última quarta-feira a administração da Enersul se comprometeu a manter o atual quadro de pessoal, 700 funcionários diretos e os cerca de 1,1 mil indiretos e tem como maior meta, recuperar a credibilidade da empresa, abalada depois que a Anatel constatou que nos últimos cinco anos houve cobrança indevida de quase R$ 200 milhões, por conta de um erro no cálculo da revisão tarifária em 2003.

Segundo o presidente do Conselho de Administração e acionista controlador do Grupo, o empresário Jorge Queiroz de Moraes Júnior “é questão de honra corrigir a imagem”. Ele pediu desculpas à população de Mato Grosso do Sul pelo que aconteceu e garantiu: vai honrar o compromisso de ressarcimento dos consumidores, conforme for definido pela agência reguladora.

Jorge Queiroz lembrou que seu grupo empresarial tinha interesse em assumir o controle da Enersul desde 1997, quando a empresa foi privatizada. Tentou várias vezes negociar com os controladores que arremataram a distribuidora, mas o negócio não foi adiante.

Numa primeira demonstração concreta de que pretende implantar a transparência como filosofia de gestão, Jorge Queiroz abriu uma vaga no conselho de administração da empresa para o Governo do Estado indicar um dos conselheiros, prática que já adota em Tocantins, onde também controla a distribuidora de energia elétrica. O governador André Puccinelli aceitou a oferta e pretende dividir com a Assembléia Legislativa a indicação que deve recair por técnicos vinculados ao Governo com experiência no setor elétrico.

Jorge Queiroz enalteceu o trabalho e a competência da presidente das nove empresas do grupo, Carmem Pereira, funcionária há mais de 20 anos, que chegou ao topo da carreira após passar por várias funções, começando como estagiária.

O Grupo pretende também manter o programa Luz Para Todos, que leva energia elétrica a áreas rurais, aumentar a rede básica de transmissão e aproveitar a energia de biomassas. Carmem explicou que o principal motivo da compra da Enersul foi o potencial de crescimento do Estado. A intenção do Grupo é atrair grandes consumidores que só utilizam a linha de transmissão, mas não compram energia, é o caso das grandes mineradoras de Corumbá.

Sobre a tarifa do Estado ser uma das mais caras, Carmem disse que o preço é alto porque o consumo é baixo. De acordo com ela, a tarifa no Mato Grosso é menor porque lá o consumo é maior. Sobre a grande quantidade de reclamações dos consumidores, a presidente do Grupo disse que a intenção é melhorar a relação com o consumidor. Para ela, o número de reclamações não é grande em relação ao universo atendido pela empresa. Segundo Carmem, são cerca de duas reclamações diárias.

O Grupo Rede assume a Enersul com dívida total de R$ 685 milhões, sendo R$ 185 somente para reembolso dos consumidores. Para a presidente do Grupo, a dívida não é considerada muito alta levando em consideração o faturamento de R$ 1 bilhão por ano. Foi fechada uma operação bancária para alongar o perfil da dívida de R$ 500 milhões que vai ser paga ao longo dos próximos dez anos. A empresa pretende manter a média anual de investimento de R$ 180 a R$ 200 milhões, mas tendo a preocupação de fazer um planejamento cuidadoso sobre a viabilidade do empreendimento para que o consumidor não seja onerado.

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