senai
ECONOMIA ARGENTINA

Governo da Argentina aumenta salário mínimo em 30%

Presidente rejeitava anteriormente o aumento do salário mínimo; reajuste ocorre em meio a uma inflação de mais de 250% ao ano

20 fevereiro 2024 - 21h30Redação, O Estado de S. Paulo
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, fala durante uma coletiva de imprensa no palácio presidencial Casa Rosada, em Buenos Aires, em 26 de janeiro de 2024
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, fala durante uma coletiva de imprensa no palácio presidencial Casa Rosada, em Buenos Aires, em 26 de janeiro de 2024 - (Foto: LUIS ROBAYO/AFP)

Canal WhatsApp

O governo argentino anunciou um aumento de 30% no salário mínimo entre fevereiro e março, em resposta à inflação que atinge mais de 250% ao ano, conforme comunicado do porta-voz da presidência nesta terça-feira (20).

"Não foi possível chegar a um acordo entre as partes na discussão sobre o salário mínimo", disse o porta-voz Manuel Adorni, referindo-se ao fracasso na última quinta-feira do Conselho do Salário Mínimo, composto pelo governo, pelas câmaras empresariais e pelos sindicatos, que pediam um aumento de 85%.

Nessas circunstâncias, acrescentou Adorni, "o governo deve arbitrar entre as partes e fixar um salário mínimo", algo que o presidente Javier Milei havia rejeitado inicialmente.

O valor foi estabelecido em 180.000 pesos para fevereiro (204 dólares à taxa oficial de câmbio), representando um aumento de 15% em relação aos atuais 156.000 pesos, e 202.800 pesos para março (230 dólares) e um aumento de 30% em relação ao montante atual.

Desde o último ajuste salarial em dezembro, a inflação ficou em 25,5% naquele mês e em 20,6% em janeiro, totalizando uma inflação anual de 254%.

O ajuste salarial ocorre em um momento de escalada de conflitos na Argentina, onde a pobreza atinge 57% da população, de acordo com um estudo do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA) divulgado no último fim de semana.

Este é o maior índice de pobreza registrado por essa medição privada nos últimos 22 anos.

O sindicato ferroviário está planejando uma greve nacional na quarta-feira (21), a federação de trabalhadores da Saúde convocou outra greve na quinta-feira (22), e quatro sindicatos de professores anunciaram medidas semelhantes de força para o início das aulas, na próxima semana ou na seguinte.

Policiais montam guarda no palácio presidencial argentino Casa Rosada, em Buenos Aires, em 11 de dezembro de 2023Policiais montam guarda no palácio presidencial argentino Casa Rosada, em Buenos Aires, em 11 de dezembro de 2023 - (Foto: LUIS ROBAYO/AFP)

O ministro da Economia, Luis Caputo, havia adiantado na segunda-feira à noite em uma entrevista televisiva que o governo iria fixar um aumento do salário mínimo.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical da Argentina e de orientação opositora, acusou na quinta-feira o governo do ultraliberal Javier Milei de fazer fracassar o Conselho do Salário, "quebrando uma longa tradição de diálogo social tripartite".

"Não acredito que um político possa definir um preço à mão. Nem passa pela minha cabeça. Eu vou emitir um decreto estabelecendo um preço?", disse Milei na sexta-feira sobre fixar um salário mínimo, após o fracasso da reunião.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas