
No meio de tantos dados, o que chama atenção é o número 73. Ele representa as gestantes que foram diagnosticadas com chikungunya em Mato Grosso do Sul, até agora, em 2025. Todas elas fazem parte de um grupo de risco que preocupa médicos, gestores públicos e, claro, as próprias famílias.

A doença, transmitida pelo já conhecido mosquito Aedes aegypti, é a mesma que espalha dengue e zika vírus pelas ruas das cidades sul-mato-grossenses. Mas quando chega a uma mulher grávida, a situação exige mais cuidado.
O dado veio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), no mais recente boletim epidemiológico, divulgado ontem (09 de outubro). O informe também contabiliza 7.430 casos confirmados de chikungunya e 13.552 casos prováveis, além de 16 mortes em diferentes municípios do Estado. A maioria das vítimas tinha outras doenças, como diabetes, hipertensão ou problemas cardíacos.
Com sintomas parecidos aos da dengue, a chikungunya pode provocar febre alta, dores fortes nas articulações, dor de cabeça, manchas na pele e mal-estar. Mas, em gestantes, os riscos se ampliam: há possibilidade de parto prematuro, baixo peso ao nascer e até transmissão vertical, quando o vírus passa da mãe para o bebê.

Apesar do cenário preocupante, a SES tem reforçado orientações e ações para evitar que o problema cresça. “A principal recomendação continua sendo evitar a automedicação e procurar uma unidade de saúde ao primeiro sinal dos sintomas”, informa o boletim. A estratégia é clara: detectar rápido e tratar com acompanhamento médico, especialmente no caso das grávidas.
Outra frente de trabalho da gestão estadual é o combate direto ao vetor. Ações de prevenção, campanhas de informação e mobilização dos municípios estão sendo conduzidas para eliminar criadouros do mosquito. Tudo começa em casa: o velho alerta para caixas d’água tampadas, vasos sem água parada e quintais limpos segue mais atual do que nunca.
Enquanto isso, o Estado também enfrenta os números altos da dengue. Já são 8.172 casos confirmados neste ano, com 18 mortes registradas. Outros sete óbitos estão sendo investigados. E a vacinação contra a dengue, direcionada a crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, ainda avança devagar: foram aplicadas 188.875 doses, abaixo das 241 mil recebidas do Ministério da Saúde.
Mesmo com todos esses desafios, Mato Grosso do Sul tem mostrado resposta ativa. As equipes de saúde continuam monitorando os casos, prestando atendimento e orientando a população. No caso das gestantes, o cuidado é ainda mais intensificado. E se a luta contra o mosquito exige esforço coletivo, o Estado aposta justamente nisso para proteger as mães e os bebês que estão por vir.
