
A Faixa de Gaza se mobiliza para receber ajuda humanitária e realizar a libertação de reféns após um novo acordo de cessar-fogo, que pode marcar o fim de uma guerra de dois anos. O órgão israelense responsável pela ajuda, Cogat, informou que a entrada de suprimentos deve alcançar 600 caminhões por dia.

O Egito enviará 400 caminhões, transportando alimentos, água, medicamentos, combustível, tendas e cobertores, que passarão por inspeção israelense na fronteira. Nos últimos meses, a ONU conseguiu entregar apenas 20% da ajuda necessária devido aos combates e restrições na entrada de suprimentos, deixando Gaza em crise alimentar. Cerca de 170 mil toneladas de ajuda estão prontas para entrar assim que houver autorização.
O futuro da Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e EUA, segue incerto. Locais de distribuição de alimentos foram desmontados em Rafah, Khan Younis e Netzarim após o cessar-fogo. A fundação havia sido criada para impedir que o Hamas controlasse a ajuda, mas operações anteriores enfrentaram caos e confrontos.
Libertação de reféns e prisioneiros
Preparativos estão em andamento para a libertação dos 48 reféns israelenses e cerca de 2 mil prisioneiros palestinos detidos em Israel, incluindo 250 com prisão perpétua. Autoridades israelenses estimam que 20 reféns ainda estejam vivos, com todos devendo ser libertados na segunda-feira. O presidente dos EUA, Donald Trump, que ajudou a negociar o cessar-fogo, chegará a Israel e depois seguirá para o Egito para copresidir uma cúpula de paz.
Muitos palestinos começaram a retornar às casas destruídas, enquanto áreas costeiras continuam abrigando pessoas que fugiram dos ataques. Policiais do Hamas patrulham as ruas para proteger os caminhões de ajuda humanitária.
Dois anos de guerra
O conflito começou em outubro de 2023, com um ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 israelenses e resultou na morte de mais de 67 mil palestinos, segundo dados locais. A guerra deslocou cerca de 90% dos 2 milhões de habitantes de Gaza e destruiu grande parte da infraestrutura.
Apesar do cessar-fogo, questões sobre governança e o papel do Hamas após a guerra permanecem sem solução. Israel já planeja destruir a rede de túneis do Hamas sob supervisão internacional após a libertação dos reféns, segundo o ministro da Defesa, Israel Katz.
