O governo de Mato Grosso do Sul criou, por decreto publicado no Diário Oficial nesta terça-feira (12), o Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras e Divisas. Esse gabinete é um grupo de trabalho que vai reunir, numa mesma mesa, diferentes órgãos de segurança e fiscalização para agir de forma coordenada contra o crime organizado, o tráfico de drogas e o contrabando.
A atuação vai se concentrar nas áreas que fazem fronteira com o Paraguai e a Bolívia e também nas divisas com outros estados, como São Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso.
O decreto não informa quanto dinheiro será destinado ao gabinete nem se haverá recursos adicionais. A expectativa é que cada órgão use a estrutura e o pessoal que já tem.
O grupo será formado por representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal (que cuida dos presídios), Instituto de Perícia, Departamento de Operações de Fronteira (policiamento especializado em áreas de fronteira), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Forças Armadas, Receita Federal e Agência Brasileira de Inteligência. Também podem participar guardas municipais, prefeituras e câmaras de vereadores das cidades da região.
O gabinete terá quatro polos de atuação:
- Corumbá e Ladário: fronteira com a Bolívia
- Ponta Porã: fronteira com o Paraguai
- Naviraí: próximo à fronteira sul com o Paraguai
- Jardim: região de fronteira e divisas no sudoeste do estado
Essas áreas foram escolhidas por concentrar grande parte dos crimes ligados ao tráfico e ao contrabando.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança, de janeiro a agosto de 2024 foram apreendidas 345,5 toneladas de drogas no estado — um aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2023. Mato Grosso do Sul também respondeu por mais da metade do valor total de contrabando apreendido no país naquele ano, com destaque para cigarros, eletrônicos e bebidas.
A criação do gabinete segue um modelo já usado em outras épocas, que aposta na integração entre diferentes forças de segurança para melhorar o combate ao crime. O desafio, agora, é transformar essa estrutura em ações práticas, com operações conjuntas, prisões e apreensões.
