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EDUCAÇÃO

Fuvest propõe o perdão como tema da redação na segunda fase do vestibular 2025

Candidatos refletiram sobre limites morais e sociais do perdão; prova também abordou literatura, crise climática e cultura digital

14 dezembro 2025 - 16h30Redação O Estado de S. Paulo
Segunda fase da Fuvest começou neste domingo com redação sobre perdão e questões discursivas de português.
Segunda fase da Fuvest começou neste domingo com redação sobre perdão e questões discursivas de português. - (Foto: Marcos Santos/ USP Imagens)

O perdão foi o eixo central da redação aplicada neste domingo (14) na segunda fase da Fuvest, vestibular que seleciona alunos para a Universidade de São Paulo (USP). A prova também incluiu dez questões discursivas de língua portuguesa e interpretação textual. O segundo e último dia desta etapa será nesta segunda-feira (15).

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A redação exigiu dos candidatos não apenas domínio da escrita, mas também sensibilidade para refletir sobre dilemas éticos. A proposta principal foi a produção de um texto dissertativo-argumentativo a partir da frase-tema: "O perdão é um ato que pode ser condicionado ou limitado."

Como alternativa, os estudantes também podiam optar por escrever uma carta a um personagem hipotético que teria feito uma acusação falsa de conduta moralmente reprovável, explicando se o perdão seria concedido ou não.

Para ajudar na construção das argumentações, a prova trouxe seis textos de apoio de gêneros diversos, que aprofundavam a ideia de perdão em diferentes contextos históricos, literários e culturais:

  • Súplica de oficial nazista provoca reflexão sobre limites do perdão, de Juliana de Albuquerque
  • Trecho do romance Tudo é Rio, de Carla Madeira
  • Poema Mar Novo, de Sophia de Mello Breyner Andresen
  • Fotografia Cessar-fogo em Gaza permite o regresso à casa, de Abdel Kareem Hana/AP
  • Letra da música Tá Perdoado, de Arlindo Cruz
  • Trecho do romance Iaiá Garcia, de Machado de Assis

Os textos abordam desde situações de violência histórica até dilemas pessoais e culturais, permitindo ao candidato refletir sobre as dimensões psicológicas, sociais e políticas do perdão.

As dez questões discursivas de português abordaram interpretação de textos, gramática e obras literárias da lista obrigatória. Entre os destaques, esteve uma questão baseada na célebre fotografia Serra Pelada, de Sebastião Salgado, incluída pelo The New York Times entre as imagens que definem a modernidade desde 1955.

A crise climática apareceu em uma charge de Jean Galvão, enquanto outra questão levou os candidatos a refletirem sobre a digitalização das relações humanas, com base em um artigo do jornalista Marcelo Soares, que discute como as pessoas vêm sendo transformadas em "nuvens de dados".

Além de Nebulosas, de Narcisa Amália, outras obras da lista obrigatória de leitura também apareceram na prova, como:

  • As meninas, de Lygia Fagundes Telles
  • A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida
  • Memórias de Martha, de Julia Lopes de Almeida
  • Opúsculo Humanitário, de Nísia Floresta
  • Canção para ninar menino grande, de Conceição Evaristo

Esses títulos, combinando tradição e diversidade, refletiram o esforço da Fuvest em manter um vestibular conectado com as questões sociais e culturais do presente.

Em 2024, a redação da Fuvest teve como tema “As relações sociais por meio da solidariedade”, abordando textos de Quincas Borba (Machado de Assis), Água Funda (Ruth Guimarães) e Um Defeito de Cor (Ana Maria Gonçalves), além de versos de Cazuza e ideias do filósofo Edgar Morin.

A escolha deste ano pelo perdão como tema central confirma uma tendência da banca em selecionar tópicos que envolvem reflexões éticas, sociais e subjetivas, desafiando os candidatos a pensarem além da técnica textual.

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