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19 de novembro de 2025 - 20h05
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EDUCAÇÃO

Fuvest 2026 terá lista 100% feminina; confira as obras e autoras escolhidas

Vestibular da USP mantém seleção composta apenas por escritoras até 2028; inclusão de autores homens só retorna em 2029

19 novembro 2025 - 17h25Leonardo Neto
Lista da Fuvest 2026 traz nove obras escritas exclusivamente por mulheres de Brasil, Portugal, Angola e Moçambique
Lista da Fuvest 2026 traz nove obras escritas exclusivamente por mulheres de Brasil, Portugal, Angola e Moçambique - Foto: Reprodução

A Fuvest 2026, principal vestibular da Universidade de São Paulo (USP), terá uma lista de obras obrigatórias formada exclusivamente por mulheres. A seleção inclui nomes consagrados da literatura brasileira, africana e portuguesa, como Conceição Evaristo, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Djaimilia Pereira de Almeida, Nísia Floresta e outras autoras fundamentais, muitas delas historicamente invisibilizadas.

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A composição 100% feminina foi anunciada em 2023 e será mantida até 2028. Só a partir de 2029 autores homens voltam ao programa de leituras obrigatórias, como Machado de Assis, Erico Verissimo e o moçambicano Luís Bernardo Honwana.

O vestibular da USP será aplicado em 23 de novembro de 2026, em 32 cidades de São Paulo, incluindo capital, interior e litoral.

Obras obrigatórias da Fuvest 2026

1. Opúsculo Humanitário – Nísia Floresta (1810–1885)

Considerada a primeira educadora e jornalista feminista do Brasil, Nísia Floresta publicou, em 1853, ensaios que defendem a educação feminina e denunciam injustiças contra mulheres, negros escravizados e indígenas.
Em domínio público.

2. Nebulosas – Narcisa Amália (1852–1924)

Poeta e defensora da emancipação feminina, Narcisa Amália reúne, neste livro de 1872, poemas líricos e sociais que tratam de natureza, desigualdade e abolicionismo.
Em domínio público.

3. Memórias de Martha – Julia Lopes de Almeida (1862–1934)

Romance de 1899 que acompanha a trajetória de Martha, jovem que ascende socialmente por meio do magistério, enquanto enfrenta dilemas de gênero e classe no Rio de Janeiro do século 19.
Em domínio público.

4. Caminho de Pedras – Rachel de Queiroz (1910–2003)

Publicada em 1937, a obra analisa autonomia feminina e moralidade na Era Vargas. A história acompanha Noemi, casada com um ex-comunista, que enfrenta conflitos pessoais e políticos ao viver um triângulo amoroso.

5. O Cristo Cigano – Sophia de Mello Breyner Andresen (1919–2004)

Primeira mulher portuguesa a receber o Prêmio Camões, Sophia lança, em 1961, uma sequência de poemas que relaciona Cristo à marginalidade cigana, num diálogo com a obra de João Cabral de Melo Neto.

6. As Meninas – Lygia Fagundes Telles (1918–2022)

Romance de 1973 passado em um pensionato paulistano durante a ditadura militar. A obra acompanha três jovens universitárias e suas experiências com política, identidade e afetos.

7. Balada de Amor ao Vento – Paulina Chiziane

Primeira mulher moçambicana a publicar um romance, Paulina narra, neste livro de 1990, a história de Sarnau e suas relações afetivas em um contexto onde a poligamia é socialmente aceita.

8. Canção para Ninar Menino Grande – Conceição Evaristo

Publicada em 2018, a obra explora masculinidades negras, memória e dor por meio da trajetória de Fio Jasmim, personagem construído dentro do conceito de “escrevivência”.

9. A Visão das Plantas – Djaimilia Pereira de Almeida

Romance de 2019 sobre um capitão português que retorna à casa da infância e confronta memória, culpa e colonialismo em um jardim repleto de simbolismo.

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