
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (14) uma operação em Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro, para apurar um esquema de fraudes bancárias que teria causado um prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil a clientes da Caixa Econômica Federal. A principal suspeita é uma servidora da própria instituição, que atuava dentro da agência manipulando dados e emitindo cartões em nome de terceiros.
A investigação teve início após relatórios internos da Caixa apontarem movimentações atípicas em diversas contas. Entre as irregularidades identificadas estavam a reemissão de cartões para o mesmo endereço, alterações de dados cadastrais sem justificativa e saques realizados em terminais de autoatendimento de diferentes agências da cidade.
A operação incluiu o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão nos bairros Parque Tamandaré e Centro, expedidos pela 2ª Vara Federal de Niterói. Durante as diligências, foram apreendidos dois celulares, dois notebooks, sete cartões bancários em nome de terceiros e documentos relacionados às movimentações suspeitas.
Segundo a PF, a funcionária pública investigada agia sozinha no esquema, usando seu acesso ao sistema da Caixa para alterar dados cadastrais de, pelo menos, 52 clientes. Em seguida, ela emitia cartões e os utilizava para realizar saques e contratações indevidas de crédito.
A servidora poderá responder por inserção de dados falsos em sistema de informação, peculato e furto qualificado — crimes previstos no Código Penal e com penas que podem ultrapassar dez anos de prisão, somadas.
Embora não tenha sido presa, a suspeita foi submetida a medidas cautelares diversas da prisão, como o afastamento de suas funções e proibição de acessar sistemas da Caixa. A identidade da funcionária não foi divulgada oficialmente.
Posição da Caixa - Procurada pela imprensa, a Caixa Econômica Federal ainda não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta matéria. A instituição já havia colaborado com o início das investigações a partir dos relatórios que indicaram a fraude.
A PF segue analisando os materiais apreendidos para identificar possíveis novos envolvidos e apurar se o esquema teve ramificações fora da agência investigada.


