
A Microsoft encerra, a partir de terça-feira (14), o suporte a atualizações do Windows 10, movimentando tanto usuários domésticos quanto empresas. A medida aumenta o risco de vulnerabilidades cibernéticas e força muitas empresas a reavaliar seus equipamentos e políticas de segurança.

A atualização para o Windows 11 tem gerado frustração, principalmente porque muitos computadores não atendem aos requisitos do novo sistema. Somente na América Latina, cerca de 62 milhões de dispositivos não são compatíveis, segundo dados da Intel, o que pode levar à troca compulsória de máquinas.
No Brasil, estima-se que existam 13 milhões de computadores em uso corporativo, a maioria rodando Windows. “O fim do suporte ao Windows 10 é um marco tecnológico significativo. Sem atualizações, há risco de vazamento de dados confidenciais e prejuízo à reputação das empresas”, explica Georgia Rivellino, diretora da Simpress, empresa de locação de equipamentos corporativos. A demanda por trocas de dispositivos compatíveis com o Windows 11 já cresceu, e a Simpress prevê um aumento de 30% no volume de negócios em 2025 devido à migração.
Por que a atualização é essencial
Após 14 de outubro, o Windows 10 não receberá mais correções, deixando computadores expostos a ataques de hackers, malwares e problemas de desempenho, especialmente em máquinas mais antigas. Alexandre Bonatti, vice-presidente de engenharia da Fortinet Brasil, alerta que operar com sistemas desatualizados pode gerar perdas financeiras e comprometer negócios.
Para empresas que não podem migrar imediatamente, a alternativa é o virtual patching, uma camada de proteção que atua acima do sistema operacional, bloqueando ameaças antes que elas alcancem o Windows 10. Aproximadamente 43% dos computadores corporativos no mundo não atendem aos requisitos do Windows 11, segundo a Lansweeper.
Opções da Microsoft e impacto financeiro
A Microsoft oferece o plano ESU (Extended Security Updates), com atualizações estendidas até outubro de 2026. Para consumidores, existem versões pagas e gratuitas; no setor corporativo, o custo é de US$ 61 por dispositivo, por ano, podendo estender até três anos. Apesar do Windows 11 estar disponível há quatro anos, especialistas consideram a aposentadoria do Windows 10 precoce.
Fernando S. Meirelles, professor de TI da FGVcia, ressalta que “o suporte deveria ser mantido por mais um ano, como na Europa. A interrupção pode gerar custos adicionais e desafios na migração”. O IDEC reforça que enquanto o Windows 10 for amplamente usado, é legítimo esperar atualizações de segurança que protejam os consumidores.
