
Uma nova tempestade tropical atingiu as Filipinas nesta sexta-feira (26) e causou, até o momento, pelo menos quatro mortes e o deslocamento de mais de 433 mil pessoas. Batizada de Bualoi — ou Opong, como é conhecida localmente —, a tempestade chegou à cidade de San Policarpo, na província de Samar Oriental, na noite de quinta-feira (25), com ventos de até 110 km/h e provocou inundações, quedas de energia e deslizamentos de terra em regiões já afetadas por eventos climáticos extremos.

O impacto mais grave foi registrado na província insular de Masbate, onde três pessoas morreram após serem atingidas por uma árvore, um muro e detritos durante a ventania. Uma quarta vítima morreu após ser atingida por um raio. A tempestade, a 15ª a atingir o país em 2025, enfraqueceu após atingir o continente, mas ainda preocupa autoridades locais por seu deslocamento em direção a regiões densamente povoadas ao sul de Manila.
Diante da ameaça, centenas de milhares de moradores foram levados a abrigos de emergência. A província de Albay, por exemplo, promoveu evacuações em áreas ao redor do vulcão Mayon, devido ao risco de fluxos de lama vulcânica. “Precisamos de operações de limpeza porque grande parte da nossa malha viária não é transitável para o transporte de alimentos e ajuda médica”, alertou o governador de Masbate, Ricardo Kho.
Segundo autoridades meteorológicas, Bualoi pode se intensificar novamente ao entrar no Mar da China Meridional e avançar em direção ao Vietnã, possivelmente ganhando força suficiente para ser classificado como tufão.
A chegada da tempestade ocorre em meio a um momento político conturbado no país. Investigações em andamento apontam que legisladores — incluindo aliados do presidente Ferdinand Marcos Jr. — estão envolvidos em um escândalo de corrupção ligado a projetos de controle de enchentes e obras de infraestrutura.
Denúncias apresentadas ao Senado apontam superfaturamento e má execução de obras em províncias vulneráveis a enchentes, como Bulacan, que abriga cerca de 3,7 milhões de pessoas. Engenheiros demitidos do governo afirmaram que as obras foram realizadas com qualidade inferior para compensar subornos pagos a parlamentares ao longo dos últimos seis anos.
“É horrível”, afirmou o presidente Marcos ao comentar o caso. A crise de confiança no governo tem ganhado força nas ruas, com protestos exigindo responsabilização dos envolvidos. Especialistas alertam que a corrupção estrutural tem minado a capacidade do país de enfrentar eventos extremos cada vez mais frequentes, impulsionados pelas mudanças climáticas.
