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INTERNACIONAL

Argentina confirma 100 mortes por fentanil contaminado e investiga mais casos

Governo argentino responde à crise de contaminação com medidas contra laboratório, mas investigações continuam; presidente Milei exige prisão do responsável

18 agosto 2025 - 13h50Redação, O Estado de S. Paulo
Mortes por fentanil contaminado chegaram a 100 na Argentina
Mortes por fentanil contaminado chegaram a 100 na Argentina - ( Foto: Adobe Stock)

O governo da Argentina confirmou na quinta-feira, 14, que o número de mortes por fentanil contaminado chegou a 100, com a confirmação de novos óbitos nas últimas 24 horas. As primeiras mortes relacionadas ao uso de fentanil contaminado foram registradas em maio, mas a crise ganhou maior destaque nas últimas semanas, devido à lentidão nas respostas e às denúncias que surgiram sobre a contaminação do medicamento.

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Até quinta-feira, o número de óbitos confirmados é 100, um aumento significativo em relação ao dia anterior, quando o total era 87. Além disso, há 9 mortes adicionais sob investigação, conforme fontes judiciais citadas pela agência AFP. A crise de saúde pública continua a se espalhar, com mais vítimas sendo identificadas à medida que a investigação avança.

A investigação aponta que as mortes foram provocadas pelo uso de fentanil contaminado com as bactérias Klebsiella pneumoniae e Ralstonia pickettii, que causaram um surto infeccioso fatal. Segundo o jornal argentino La Nación, foram pelo menos cinco lotes contaminados do medicamento, distribuídos em oito hospitais e centros de saúde, principalmente em Buenos Aires, Santa Fé, Formosa e Córdoba. A investigação está analisando os prontuários de cerca de 200 hospitais para entender a extensão do problema.

As primeiras denúncias ocorreram em maio e foram encaminhadas à Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat). Inicialmente, mortes suspeitas surgiram após o uso do fentanil em hospitais de Buenos Aires e nas províncias de Santa Fé, Formosa e Córdoba. O juiz responsável pela investigação, Ernesto Kreplak, afirmou que a primeira denúncia foi de uma unidade de saúde que encontrou bactérias contaminantes no opioide.

O governo argentino, através da Casa Rosada, informou que o responsável pelo lote do medicamento contaminado é Ariel Garcia Furfaro, dono do laboratório HLB Pharma Group S.A.. A Anmat interditou a atividade produtiva do laboratório três meses antes da primeira morte registrada, após inspeção oficial que confirmou irregularidades. Pelo menos 24 pessoas relacionadas ao caso tiveram seus bens apreendidos pela Justiça, mas até o momento, ninguém foi preso.

Em resposta às acusações, Ariel Garcia Furfaro negou qualquer envolvimento nas mortes. "Isso foi uma armação da mídia. Todos os prontuários médicos mostram que os pacientes tinham outras bactérias mais perigosas, pessoas com problemas graves", afirmou Garcia em entrevista ao jornal Clarín. O empresário também culpou seu ex-sócio por ter levado o caso à imprensa, refutando as alegações de contaminação em seus produtos.

O presidente da Argentina, Javier Milei, durante um evento político em La Plata, criticou o kirchnerismo e acusou seus apoiadores de tentar acobertar o dono do laboratório. Milei também defendeu a prisão de Garcia Furfaro, pedindo que o empresário fosse responsabilizado pelas mortes causadas pela contaminação. "As pessoas de bem em Buenos Aires não podem deixá-los escapar impunes", disse o presidente, provocando ainda mais divisões políticas no país. Milei, que se prepara para as eleições legislativas de outubro, apelou para a mobilização eleitoral, afirmando que a sociedade precisa agir para punir os responsáveis.

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