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NACIONAL

Felca relata ameaças de morte após denunciar exploração infantil nas redes sociais

Youtuber afirmou ao Fantástico que não vai recuar das denúncias e defendeu a urgência de regulamentação das plataformas digitais

17 agosto 2025 - 21h40Redação
Felca, ao 'Fantástico', deu detalhes do vídeo no qual denunciou a exploração de menores nas redes sociais.
Felca, ao 'Fantástico', deu detalhes do vídeo no qual denunciou a exploração de menores nas redes sociais. - (Foto: Reprodução/TV Globo)

O youtuber Felca revelou neste domingo (17), em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que tem recebido ameaças de morte desde a publicação do vídeo “Adultização”, em que denuncia a forma como conteúdos com crianças são explorados de maneira criminosa nas redes sociais. Apesar da intimidação, o influenciador disse que não pretende recuar.

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“Eu fiquei abalado, sofri algumas ameaças de morte. Pessoas do meu convívio sofreram ameaças de morte. Falavam que iam me encontrar na rua e me matar. Eu mantenho a cautela, mas estou fazendo algo que é mais importante do que eu. Desculpa aí, não vou conseguir parar”, afirmou.

Publicado há pouco mais de uma semana, o vídeo já ultrapassa dezenas de milhões de visualizações e impulsionou o debate público sobre a exposição de menores na internet. Na gravação de 50 minutos, Felca demonstra como os algoritmos das plataformas direcionam conteúdos com crianças adultizadas para pedófilos.

O criador de conteúdo explicou que decidiu gravar após conviver com pessoas que foram vítimas de abuso sexual na infância. — “Eu conhecia pessoas do meu convívio social que foram abusadas sexualmente na infância. Eu pensava como consolar essa pessoa”, disse.

Ele reconheceu que esperava alguma repercussão, mas não a dimensão alcançada. — “Eu fiquei aflito antes de publicar o conteúdo, mas criei coragem e postei. Nunca imaginei esse impacto”, contou.

A denúncia reacendeu discussões no Congresso sobre a regulamentação das redes sociais. Deputados retomaram o debate de um projeto de lei do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que estabelece regras para proteção de crianças e adolescentes nas plataformas digitais.

A proposta prevê que empresas adotem medidas para prevenir exploração sexual, bullying e práticas nocivas associadas ao uso excessivo das redes, como vícios e transtornos de comportamento.

Felca lembrou ainda que, no início da adolescência, quis publicar vídeos de jogos, mas foi impedido pelo pai por ser muito novo para a exposição. Hoje, ele considera que a decisão foi acertada.

“Se hoje a exposição é difícil, causa dano, imagina quando eu era criança”, refletiu.

Com 17,7 milhões de seguidores no Instagram e 8,4 milhões no YouTube, Felca tornou-se um dos principais porta-vozes contra a exploração infantil nas redes sociais. Seu posicionamento público já repercute entre autoridades e especialistas, que veem nas denúncias um ponto de virada para acelerar medidas de proteção aos menores no ambiente digital.

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