
O fechamento do posto de serviço da Agência Nacional de Aviação Civil(ANAC) em Campo Grande, está trazendo prejuízos para o setor aeronáutico de Mato Grosso do Sul, colocando em risco a segurança dos voos, além de prejudicar os passageiros das grandes empresas aéreas..
Desde março do ano passado, eles não contam mais com o auxilio dos fiscais que atuavam no aeroporto internacional na intermediação de conflitos em conseqüência do cancelamento de voos ou overbooking, extravios de bagagens. Agora só resta ao usuário nestas situações, recorrer ao atendimento por telefone. O posto da ANAC mais próximo é o de São Paulo. Em Campo Grande , onde havia seis funcionários, só foi mantido no aeroporto um servidor que não faz o trabalho de campo de fiscalização das condições de manutenção das aeronaves. A formação de mão de obra para a aviação civil também ficou prejudicada.
Os recémformados e mesmo quem já está no mercado e precisa fazer a revalidação anual do exame de proficiência, agora têm de agendar em São Paulo e esperar até quatro meses para fazer as provas. Como conseqüência desta demora, o índice de aprovação caiu de 95 para 82%. Só uma das instituições que prepara esta mão de obra no Estado, a Dumont Escola de Aviação Civil, forma todos os anos 200 profissionais, entre pilotos privados, comerciais (de avião e helicóptero), instrutores de voo, mecânicos e comissários de bordo.
MÁRCIO HENRIQUE TEIXEIRA, diretor da Escola de Aviação Dumont
Desde março do ano passada a Dumont espera autorização da ANAC para realizar provas iniciais e de revalidação para os cursos que ministra. Enquanto o processo de homologação não é concluído, fica ociosa a estrutura montada para realização das provas . Atualmente no Estado há duas escolas e dois aeroclubes homologados para habilitar profissionais do setor aeronáutico. Segundo o diretor da Dumont, Márcio Henrique Teixeira, outro reflexo da desativação do posto da ANAC, foi a quase a extinção dos táxis aéreos. Diante da dificuldade de homologação dos serviços, muitas empresas estão atuando na clandestinidade.
Também houve o comprometimento do trabalho de fiscalização da frota de aeronaves. Mato Grosso do Sul tem uma das maiores frotas de aeronaves agrícolas do País. Além disso, o acesso a muitas propriedades rurais do Pantanal só é possível por via aérea. Para garantir maior segurança de voo, combater a clandestinidade e constatar irregularidades, são indispensáveis procedimentos como a fiscalização de rampa, após um pouso da aeronave em algum aeródromo do Estado. “ Sem a ANAC o risco de acidentes é grande . Praticamente há mais fiscalização em oficinas, escolas e aeroclubes”, diz Marcio.
