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Faustão: O que é um retransplante de órgão? Quando ele é necessário e quais os riscos?

Apresentador já havia recebido fígado e rim em cirurgias anteriores; especialistas explicam quando o procedimento é necessário e quais os riscos

9 agosto 2025 - 11h35Redação
Desde 2023, o apresentador Faustão já passou por três transplantes e um retransplante
Desde 2023, o apresentador Faustão já passou por três transplantes e um retransplante - (Foto: Débora Lima/Globo)

O apresentador Fausto Silva, o Faustão, precisou passar por um retransplante de rim na última semana, um dia após receber um novo fígado. A informação foi divulgada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde ele está internado desde 21 de maio devido a uma infecção bacteriana grave com sepse.

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O procedimento foi necessário porque o rim que Faustão havia recebido em fevereiro de 2024 deixou de funcionar de forma adequada. A situação se agravou após o organismo apresentar sinais de rejeição ao órgão, levando o apresentador a iniciar sessões regulares de hemodiálise.

Segundo o hepatologista Luís Edmundo da Fonseca, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o retransplante é indicado quando um órgão transplantado perde a função de forma irreversível. No caso do rim, isso significa que ele não consegue mais filtrar o sangue corretamente.

Entre as causas para essa perda estão rejeição ao primeiro órgão recebido, toxicidade de medicamentos imunossupressores ou retorno da doença que motivou o primeiro transplante. "Isso pode acontecer logo após a cirurgia ou muitos anos depois, geralmente porque a doença original recidivou", explica.

O especialista destaca que o rim é mais sensível do que o fígado aos medicamentos usados para evitar rejeição, o que pode comprometer sua função. Situações agudas, como a sepse, também podem causar insuficiência renal temporária ou permanente. "O rim é um dos órgãos mais afetados na ocorrência de sepse", afirma Fonseca.

Faustão passou por um transplante de coração em agosto de 2023 e, meses depois, recebeu um rim. Apesar do sucesso inicial das cirurgias, a rejeição ao órgão renal obrigou o apresentador a iniciar tratamento de hemodiálise. A nova internação aconteceu em maio, após a infecção bacteriana que evoluiu para sepse.

De acordo com o Einstein, o retransplante de rim ocorreu no dia seguinte à cirurgia de fígado, realizada em 6 de agosto.

Quando não há rejeição ou complicações, um rim transplantado pode funcionar por décadas. Porém, a durabilidade depende de fatores como idade do doador e do receptor, além da condição clínica do paciente. "O rim envelhece, diferentemente do fígado, que resiste mais ao tempo. Por isso, no transplante renal é importante avaliar a idade do doador", explica Fonseca.

As taxas de sucesso de um segundo transplante são um pouco menores, mas o procedimento costuma oferecer melhor qualidade de vida em relação à manutenção apenas com diálise.

Entre as principais causas para transplante de fígado estão hepatites crônicas B e C, consumo excessivo de álcool e doença hepática gordurosa, esta última associada ao aumento da obesidade no mundo e já se tornando a principal indicação para o procedimento. Casos agudos, como falência hepática provocada por medicamentos, também são comuns.

Em situações específicas, o paciente pode precisar de transplante simultâneo de fígado e rim, como em doenças crônicas que afetam ambos os órgãos, a exemplo do diabetes.

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