
O acidente com o avião que transportava os apresentadores Angélica e Luciano Huck, ocorrido no último dia 24, em uma fazenda a 30 quilômetros de Campo Grande, ainda vai dar muito o que falar. Será feita uma investigação minuciosa para que se saiba o motivo pelo qual os dois motores do avião em que eles estavam com toda a família, mais duas babás, falharam, causando o pouso forçado do avião.

Técnicos da Aeronáutica responsáveis por investigar o acidente apuram a suspeita de que o combustível usado na aeronave pudesse estar com problemas, contaminado ou adulterado.
O piloto que trazia a família após a gravação de um programa no interior do estado para a capital, Campo Grande, teve que fazer um pouso forçado após constatar problemas no filtro do tanque de combustível, levando à perda de potência dos motores. Os apresentadores da TV Globo tiveram ferimentos leves e passam bem.
Os técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) levaram amostras do combustível, do óleo do avião e os dois filtros dos motores foram retirados da aeronave acidentada, um Embraer modelo 820 C. Uma equipe da Embraer esteve no local para ajudar na retirada das peças e amostras. Tudo foi levado para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da FAB, em São José dos Campos (SP), onde será periciado.
Os técnicos do DCTA vão analisar o processo de conservação dos fluídos, como foi a forma de abastecimento do combustível, se há mistura de químicos e também analisar a bomba do tanque. A perícia também busca verificar se havia alguma falha nos filtros das bombas que irrigam os tanques do avião. Já os sistemas de combustíveis (que englobam os tanques e as bombas e estão localizados nas asas do modelo) continuam no local do acidente, uma fazenda a 30 km de Campo Grande.
Os investigadores estão nesta terça desmontando a aeronave para que ela possa ser movimentada e analisada em um local seguro. A comissão que apura as causas do acidente vai recolher os dois sistemas de combustíveis para investigá-los.
Agradecimento - O comerciante e produtor rural William Ferreira de Almeida, de 52 anos, ajudou a transportar a família de Luciano Huck e Angélica para a Santa Casa de Campo Grande no domingo (24), após o acidente ocorrido com o avião em que a família viajava.
Segundo ele, a apresentadora chorava muito, e os filhos tentaram acalmá-la durante o percurso. “Só Angélica chorava muito, estava apavorada e com dor. As crianças tentavam acalmar ela”, disse Almeida.
“Parei porque vi um avião e uma pessoa pedindo socorro. Ele acenava com um pano branco”, conta o produtor rural. Ele disse que andou cerca de 400 metros depois da entrada da fazenda e parou a caminhonete próxima ao local. “Parei e fui andando até o avião”, completou.
Ao chegar até a aeronave, ele viu que todos estavam bem. “Fiquei nervoso porque achei que tivesse alguém muito ferido. Mas todos estavam bem”, revelou. Segundo ele, sugeriram chamar um helicóptero para fazer o resgate, mas Angélica não queria, então foram de carro. “Ela ficava dizendo que queria ir de carro”, lembra. O piloto, Osmar Franttini, e o copiloto, José Flávio de Sousa Zanatto, ficaram no local. “Ele estava meio zonzo”, disse Almeida sobre o piloto. O produtor disse que, por volta das 23h de domingo, Luciano Huck ligou para agradecer. “Ele me ligou à noite, aqui era 11 e pouco, então era mais de meia-noite lá em São Paulo, para me agradecer pelo que fiz por ele e pela família dele”, afirmou. Devido ao estado emocional abalado por conta do acidente sofrido momentos antes, Angélica teria trocado o nome de William por Wilson no momento de agradecer a ajuda recebida. “Quero agradecer todo mundo que ajudou lá na Santa Casa de Campo Grande, agradecer ao Wilson e à sua esposa, que foram os primeiros a nos acolher e acalmar. E ao piloto, porque ele foi um verdadeiro anjo. Estamos muito emocionados com todo esse carinho."
Angélica recebeu alta na noite de segunda-feira (25), pouco depois de o apresentador Luciano Huck também ser liberado pelo Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. Luciano Huck sofreu "uma pequena fratura" na 11ª vértebra torácica e Angélica teve "um estiramento muscular na região da cervical" e apresenta uma discreta lesão na musculatura da parede abdominal e pélvica.
Após o acidente, o piloto Osmar Frattini, de 52 anos, afirmou que, faltando de 10 a 25 minutos para completar o trajeto entre Miranda e Campo Grande, acendeu no painel o alarme de emergência que apontava uma falha no filtro de combustível do motor esquerdo e que, imediatamente, acionou a bomba auxiliar, mas que continuou sem resposta (veja aqui o relato).
