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Sábado, 12 de outubro. O céu de São Paulo está limpo, mas, a milhares de quilômetros dali, no Líbano, o clima é de tensão. Explosões e fumaça fazem parte da rotina, em meio ao conflito entre Israel e grupos armados na região. É nesse cenário que mais um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decola de São Paulo para Beirute, capital libanesa. A missão? Trazer de volta ao Brasil centenas de brasileiros que não veem outra saída a não ser fugir do caos.

Esse é o quinto voo da Operação Raízes do Cedro, uma ação do governo brasileiro que já resgatou 885 pessoas até agora. Somente nesta manhã, mais 211 brasileiros desembarcaram no Brasil. O avião KC-30, gigante que percorre os céus com o peso de quem carrega vidas em fuga, ainda tem muito trabalho pela frente. Cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano, e o Ministério das Relações Exteriores calcula que 3 mil desejam voltar para casa.
O Líbano, que há muito tempo abriga uma grande comunidade de brasileiros e descendentes, virou um lugar de incertezas. Para quem vive por lá, as ruas não são mais as mesmas. Há um medo constante, uma espera pelo som da próxima bomba. Quando a violência cresce e a guerra parece se aproximar, o desejo de voltar para o Brasil — para um pouco de tranquilidade — se torna urgente.
A operação da FAB, no entanto, não é simples. O KC-30, avião preparado para longos voos, precisa cruzar o Atlântico, fazer uma escala em Portugal e seguir para o Oriente Médio. O tempo de voo é longo, mas a angústia de quem espera para embarcar é ainda maior. No Líbano, equipes diplomáticas organizam listas de passageiros, garantindo que o embarque seja o mais rápido possível. Do outro lado, no Brasil, os parentes esperam ansiosos. Cada pouso é um alívio.
Desde o início da operação, o governo brasileiro tem mostrado sua preocupação em garantir que seus cidadãos voltem em segurança. No domingo passado, quando os primeiros 229 brasileiros chegaram de volta à Base Aérea de São Paulo, foram recebidos pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um gesto simples, mas carregado de significado: o país está aqui para quem precisa.
Mas voltar para casa nem sempre é fácil. Quem já retornou ao Brasil carrega na bagagem mais do que roupas e documentos. Há histórias de despedidas, de quem teve que deixar para trás uma vida, amigos e parentes que ficaram no Líbano. O futuro para essas famílias ainda é incerto. No entanto, enquanto os aviões da FAB continuarem a decolar, haverá sempre uma esperança de recomeço em solo brasileiro.
E assim, a cada voo, o Brasil vai resgatando seus cidadãos em meio ao caos. Aviões gigantes atravessam o céu, levando pessoas que sonham em deixar para trás um conflito que parece não ter fim. E, enquanto isso, no silêncio das decolagens e pousos, a operação continua, costurando uma ponte entre o Líbano em guerra e o Brasil em paz.
