
A Expedição Alma Pantaneira segue abrindo caminhos na imensidão do Pantanal sul-mato-grossense. Entre estradas de terra, rios e campos alagados, uma equipe formada por médicos, dentistas, veterinários e voluntários já ultrapassou a marca de mil atendimentos realizados em comunidades isoladas.
A jornada começou com ações em três pontos estratégicos da região. Só na última segunda-feira (21), na Escola das Águas Santa Mônica, foram cerca de 700 procedimentos de saúde realizados em um único dia. Crianças, professores e moradores das redondezas foram atendidos com consultas médicas, serviços odontológicos e entrega de medicamentos.
O destaque da ação foi o atendimento odontológico, que se estendeu até por volta das 21h. Todas as crianças da escola passaram por limpeza, avaliação e até restauração dentária — uma realidade distante para muitas delas, que vivem onde não há farmácias ou postos de saúde no trajeto até a cidade mais próxima, a mais de 20 horas de distância.
Além dos alunos, peões e trabalhadores rurais da Fazenda Santa Mônica também foram atendidos. Muitos aproveitam a passagem da expedição como a única chance do ano de fazer um check-up de saúde.
A Expedição Alma Pantaneira já superou 1 000 atendimentos em comunidades isoladas do Pantanal de MS com médicos, odontologia e cidadania.Na quinta-feira (23), foi a vez da Fazenda Bom Jesus receber a comitiva. Mais 450 atendimentos foram realizados para moradores locais e de propriedades vizinhas. Famílias inteiras percorreram até quatro horas de Caminhos Pantaneiros para garantir uma consulta médica ou odontológica.
Além dos cuidados com a saúde, a expedição promove orientações de primeiros socorros, entrega de doações de roupas, e também orienta moradores sobre convivência segura com animais silvestres, comuns na região — como as onças-pintadas.
A Expedição Alma Pantaneira é feita de gente comum com um propósito extraordinário: levar cidadania, dignidade e saúde para quem vive nos cantos mais distantes da maior planície alagada do planeta. A equipe é composta por voluntários apaixonados pela causa e pelo bioma, que colocam o pé na lama e o coração no volante.
Agora, o grupo se prepara para o próximo destino: a Fazenda Santa Cruz, local onde viveu o poeta pantaneiro Manoel de Barros. Serão dois dias de atendimentos a moradores da fazenda e comunidades vizinhas.

