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INTERNACIONAL

Israel inicia preparativos para plano de cessar-fogo de Trump enquanto Hamas aceita negociar

Grupo terrorista se diz disposto a libertar reféns e renunciar ao poder, mas exige nova rodada de conversas

4 outubro 2025 - 09h10Redação O Estado de S. Paulo
Netanyahu tem sido alvo de uma pressão crescente por parte da comunidade internacional e de Trump para pôr fim ao conflito
Netanyahu tem sido alvo de uma pressão crescente por parte da comunidade internacional e de Trump para pôr fim ao conflito - (Foto: EFE/SHAWN THEW)

O Exército de Israel confirmou neste sábado (4) que começou os preparativos para a primeira fase do plano de cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de pôr fim à guerra na Faixa de Gaza. A movimentação militar ocorre após o grupo Hamas sinalizar aceitação parcial da proposta, incluindo a libertação de reféns e a renúncia ao poder, mas exigindo negociações sobre outros pontos.

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Segundo informações obtidas pela agência Associated Press (AP), os militares israelenses receberam orientações para assumir uma postura exclusivamente defensiva em Gaza. Nenhuma força foi retirada da região, mas a ordem é não realizar ataques ativos, enquanto se aguarda a evolução das conversas.

O gesto de Israel ocorreu poucas horas depois de Trump declarar publicamente que ordenou a suspensão dos bombardeios em Gaza. Em sua fala na sexta-feira (3), o presidente norte-americano afirmou estar otimista com a possibilidade de uma “paz duradoura”.

De acordo com o plano apresentado, o Hamas teria até três dias para libertar os 48 reféns restantes, entre os quais cerca de 20 ainda estariam vivos. Em troca, Israel se comprometeria a suspender a ofensiva, retirar tropas de grande parte do território, libertar centenas de prisioneiros palestinos e permitir a entrada de ajuda humanitária, além de iniciar a reconstrução de Gaza.

O Hamas afirmou que está aberto a discutir o plano e aceitou alguns dos 20 pontos propostos, mas ressaltou que "outros detalhes ainda precisam ser negociados". A organização não comentou diretamente a exigência de desmilitarização, considerada uma das cláusulas centrais para Israel.

A Jihad Islâmica Palestina, segundo grupo armado mais poderoso da região, também declarou apoio à resposta do Hamas, apesar de ter rejeitado o plano dias antes. A adesão aumenta a pressão por um possível consenso entre facções palestinas.

No entanto, especialistas israelenses mantêm ceticismo. Para Amir Avivi, general aposentado e presidente do Fórum de Defesa e Segurança de Israel, o Exército poderá parar temporariamente sua ofensiva, mas retomará os ataques se o Hamas não cumprir integralmente o acordo. “É uma pausa tática, não uma rendição”, afirmou.

Oded Ailam, pesquisador do Centro de Segurança e Relações Exteriores de Jerusalém, vê a resposta do Hamas como uma reformulação de antigas exigências. “É mais uma mudança de linguagem do que um avanço concreto”, pontuou.

Segundo fontes diplomáticas, o Egito atua como mediador e já iniciou conversas com representantes palestinos sobre a libertação de reféns e a formação de uma possível autoridade de transição para administrar Gaza. Um dos objetivos é unificar as lideranças palestinas para uma futura reestruturação do território.

Do lado israelense, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu enfrenta crescente pressão interna e internacional para aceitar o acordo e pôr fim ao conflito iniciado em 7 de outubro de 2023, após o ataque surpresa do Hamas contra Israel.

Enquanto isso, famílias de reféns manifestam esperança moderada. “Há preocupações de todos os lados. Qualquer um pode sabotar esse acordo”, disse Yehuda Cohen, pai de um dos sequestrados.

Nas ruas de Gaza, a população vive um misto de expectativa e desconfiança. “Queremos uma trégua real, não promessas”, afirmou Samir Abdel-Hady, morador de Khan Younis. Neste sábado, o exército israelense voltou a alertar os civis contra o retorno à cidade, classificada como "zona de combate perigosa".

Estima-se que cerca de 400 mil pessoas já tenham deixado a região, mas muitas permanecem sob risco, enquanto o futuro do cessar-fogo depende de decisões diplomáticas e políticas ainda indefinidas.

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