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GERAL

Ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes é morto em emboscada na Praia Grande

Com histórico de enfrentamento ao PCC, ex-chefe da Polícia Civil já havia sofrido várias tentativas de assassinato

16 setembro 2025 - 07h50Redação O Estado de S. Paulo
Fontes foi assassinado nesta segunda-feira (15/09) em Praia Grande, onde era secretário
Fontes foi assassinado nesta segunda-feira (15/09) em Praia Grande, onde era secretário - (Foto: Reprodução/Prefeitura Praia Grande)
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O ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes foi executado a tiros na tarde desta segunda-feira (15) durante uma emboscada na Praia Grande, no litoral sul paulista. Reconhecido pela atuação de combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), Fontes já havia sido alvo de criminosos em outras ocasiões.

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Em 2010, quando atuava no 69.º Distrito Policial da Cohab Teotônio Vilela, um plano para matá-lo foi descoberto. Dois homens foram presos com um fuzil em frente à delegacia. Já em 2012, na Via Anchieta, sofreu uma tentativa de execução: houve troca de tiros, um suspeito morreu e uma investigadora que o acompanhava foi baleada no pescoço.

Fontes também enfrentou novas investidas: em 2020, reagiu a uma emboscada no Ipiranga, zona sul da capital, e baleou um dos assaltantes; em 2022, escapou de um assalto na Avenida do Estado graças ao carro blindado; e em dezembro de 2023, foi vítima de assalto na Praia Grande, quando teve bens roubados, mas recuperados após a prisão dos criminosos.

“Combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro”, disse ao Estadão na época do último assalto, relatando a preocupação da família com as ameaças.

Delegado de carreira, Fontes chefiou a Polícia Civil paulista de 2019 a 2022, nomeado pelo então governador João Doria. Em 2006, foi responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, incluindo Marcola, antes do isolamento do grupo na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

Segundo o secretário-adjunto da Segurança Pública, Oswaldo Nico Gonçalves, Fontes teria conseguido baleiar um dos criminosos durante a emboscada. Um carro suspeito de ter sido usado no crime foi encontrado em chamas.

O governador Tarcísio de Freitas lamentou o assassinato e prometeu “dedicar toda energia” às investigações.

A polícia apura se a execução foi ordenada pela Sintonia Restrita, grupo de pistoleiros do PCC que já planejou sequestros do ex-juiz Sérgio Moro e do promotor Lincoln Gakiya. Outra linha de investigação avalia possível ligação com uma licitação da Prefeitura de Praia Grande que teria prejudicado interesses de criminosos.

Caso seja confirmada a participação do PCC, esta pode ser a terceira “grande vingança” da facção contra autoridades. Em 2003, o juiz-corregedor Antônio Machado Dias foi morto em Presidente Prudente; e em seguida, o diretor de presídios José Ismael Pedrosa, ligado ao sistema penitenciário de Taubaté, também foi assassinado.

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