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Ex-boxeador japonês é absolvido após 45 anos no corredor da morte

A absolvição de Iwao Hakamada pelo Tribunal de Shizuoka faz dele o quinto condenado no corredor da morte a ser considerado inocente na justiça japonesa do pós-guerra

27 setembro 2024 - 08h30AP
Iwao Hakamada, de 88 anos, esteve no corredor da morte por quase seis décadas após sua condenação por assassinatos
Iwao Hakamada, de 88 anos, esteve no corredor da morte por quase seis décadas após sua condenação por assassinatos - Foto: Kyodo News/via AP

Um tribunal do Japão decidiu ontem que um ex-boxeador de 88 anos é inocente, em um novo julgamento por assassinato quádruplo de 1966, revertendo uma decisão anterior que o tornava o condenado no corredor da morte com mais tempo de prisão do mundo - mais de 45 anos.

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A absolvição de Iwao Hakamada pelo Tribunal de Shizuoka faz dele o quinto condenado no corredor da morte a ser considerado inocente na justiça japonesa do pós-guerra. O caso reacende o debate sobre a abolição da pena de morte no país, único do G-7 ao lado dos EUA a praticá-la.

O juiz disse que o tribunal reconheceu a fabricação de múltiplas evidências por parte de investigadores e também que Hakamada - que sempre alegou inocência - não era culpado.

A irmã de 91 anos de Hakamada, Hideko, deixou o tribunal e foi recebida por uma explosão de aplausos para celebrar a absolvição do irmão após 58 anos de batalha legal. Ela passou mais de metade da vida tentando provar a inocência dele.

Hakamada foi condenado por assassinato no caso da morte de um gerente de empresa e três membros de sua família em 1966. Ele foi sentenciado à morte em 1968, mas não foi executado devido a longos recursos no sistema de justiça notoriamente lento do Japão.

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Ele passou 48 anos na prisão, mais de 45 deles no corredor da morte - o que o torna o preso com mais tempo nessa condição, segundo a Anistia Internacional.

Hakamada foi libertado em 2014, quando um tribunal ordenou um novo julgamento. Ele foi autorizado a aguardar em casa devido à sua frágil saúde. Em 2023, o tribunal abriu caminho para o novo julgamento.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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