
Na última terça-feira (29), Campo Grande foi palco do “Workshop Centro-Oeste: Dados que transformam, ações que incluem”, organizado pelo Sebrae Nacional. O encontro reuniu equipes do Sebrae de toda a região Centro-Oeste, representantes de órgãos públicos, privados e do Ministério Público para discutir caminhos que possam levar capacitação e oportunidades de renda a populações em situação de vulnerabilidade.

Com base em dados e diagnósticos locais, a proposta do Sebrae é simples, mas desafiadora: oferecer meios para que pessoas historicamente afastadas do mercado formal encontrem no empreendedorismo ou na empregabilidade um caminho para a autonomia financeira. “O Sebrae pode contribuir significativamente para a inserção produtiva de populações que estão à margem da atividade econômica. Mas não fazemos isso sozinhos. Atuamos junto a secretarias de assistência social e outras instituições para fortalecer políticas públicas que preparem essas pessoas para enfrentar desafios, elevar a autoestima e criar produtos que possam ser comercializados”, explicou Tito Estanqueiro, diretor de Operações do Sebrae/MS.
Helena Rego, analista de Inclusão Produtiva do Sebrae Nacional, reforçou que a meta é levar o sistema para mais perto das comunidades. “Nosso desafio é acolher um público diverso, que inclui pessoas vivendo há gerações na pobreza, e mostrar que o Sebrae também é para elas. Trabalhamos para conectar nossos serviços às redes de proteção social, principalmente por meio dos CRAS e de novas metodologias de apoio”, disse.
A pesquisa Data Favela, realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com o Sebrae Nacional, trouxe números que reforçam a importância dessa aproximação: 67% dos moradores de comunidades no Brasil querem empreender. “O que observamos é que a informalidade cria um efeito cascata, afetando a sustentabilidade desses negócios. É preciso fortalecer a autoestima, oferecer suporte técnico e estrutural”, explicou Carolina Tonussi, gerente de pesquisa do instituto.
Patrícia Cozzolino, secretária de Assistência Social e dos Direitos Humanos de Mato Grosso do Sul, destacou que programas sociais precisam ir além da transferência de renda. “Quando uma pessoa da família se capacita e consegue um emprego, o Estado deve continuar acompanhando os demais, garantindo acesso à educação e saúde. A inclusão produtiva promove autonomia e autossuficiência”, afirmou.
Para o promotor de justiça e presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Membros do Ministério Público, Fabrício Secafen Mingati, parcerias são fundamentais. “O fortalecimento do empreendedorismo e da inclusão no mercado de trabalho é uma das formas mais eficazes de promover o bem comum”, destacou.
O evento encerrou com o compromisso das instituições presentes em fortalecer as ações de inclusão socioprodutiva, ampliar o alcance das políticas públicas e consolidar parcerias que possam gerar desenvolvimento econômico e social de forma duradoura.
