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20 de setembro de 2025 - 12h33
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INTERNACIONAL

Trump anuncia terceiro ataque naval contra supostos traficantes; Venezuela fala em "execuções"

Operações no Caribe ampliam tensão diplomática e levantam dúvidas sobre legalidade das ações militares

20 setembro 2025 - 09h30Redação O Estado de S. Paulo
O presidente dos EUA, Donald Trump, responde a perguntas de repórteres após assinar um Memorando Presidencial no Salão Oval, em 15 de setembro de 2025, em Washington, DC.
O presidente dos EUA, Donald Trump, responde a perguntas de repórteres após assinar um Memorando Presidencial no Salão Oval, em 15 de setembro de 2025, em Washington, DC. - (Foto: Kevin Dietsch/AFP)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (19) que as Forças Armadas americanas realizaram o terceiro ataque fatal contra uma embarcação suspeita de tráfico de drogas no Caribe. Segundo ele, a ofensiva matou três pessoas e tinha como alvo um barco “afiliado a uma Organização Terrorista Designada que realiza narcotráfico na área de responsabilidade do USSOUTHCOM”, o Comando Sul dos EUA.

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Trump publicou em suas redes sociais um vídeo que mostra uma embarcação em alta velocidade sendo atingida por dois mísseis antes de explodir e afundar. “Foi nesse momento que os narcoterroristas perceberam que tinham errado”, ironizou o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung.

O Pentágono transferiu os pedidos de esclarecimento para a Casa Branca, que não detalhou a localização do ataque nem a nacionalidade das vítimas.

Este é o terceiro ataque naval anunciado por Trump em menos de um mês:

  • 2 de setembro: ofensiva contra uma lancha rápida supostamente ligada à gangue venezuelana Tren de Aragua, que deixou 11 mortos.
  • 15 de setembro: ataque a um barco que, segundo Washington, transportava drogas da Venezuela, também com três mortos.
  • 19 de setembro: mais uma embarcação atingida por mísseis, com três mortes confirmadas.

O governo americano argumenta que as ações são necessárias para conter o fluxo de drogas para os EUA. “A inteligência confirmou que a embarcação traficava narcóticos ilícitos e transitava por uma rota conhecida de narcotráfico, a caminho de envenenar americanos”, declarou Trump.

A iniciativa, porém, tem sido alvo de críticas dentro e fora dos EUA. Senadores democratas e republicanos e grupos de direitos humanos questionam a legalidade da medida, já que as Forças Armadas estariam sendo usadas para fins de aplicação da lei.

Além disso, não há detalhes sobre como os militares verificaram a carga das embarcações ou comprovaram a filiação dos tripulantes a organizações criminosas antes dos ataques.

Na Venezuela, o regime de Nicolás Maduro acusa Washington de usar o combate ao narcotráfico como pretexto para uma operação de desestabilização política. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou nesta sexta-feira que os mortos foram “executados no Mar do Caribe, sem direito à defesa”.

“Com tanta tecnologia e tanto poder, e não conseguir interceptar um navio antes de destruí-lo?”, questionou Padrino, durante exercícios militares em La Orchila, que mobilizaram 2,5 mil soldados venezuelanos.

A escalada militar ocorre em meio a um reforço das forças marítimas dos EUA no Caribe e ao aumento das tensões entre Washington e Caracas. Maduro já havia afirmado que os vídeos divulgados por Trump sobre os ataques eram “montagens feitas com inteligência artificial” e acusou a Casa Branca de planejar uma “mudança de regime” na Venezuela.

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