
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (19) que as Forças Armadas americanas realizaram o terceiro ataque fatal contra uma embarcação suspeita de tráfico de drogas no Caribe. Segundo ele, a ofensiva matou três pessoas e tinha como alvo um barco “afiliado a uma Organização Terrorista Designada que realiza narcotráfico na área de responsabilidade do USSOUTHCOM”, o Comando Sul dos EUA.

Trump publicou em suas redes sociais um vídeo que mostra uma embarcação em alta velocidade sendo atingida por dois mísseis antes de explodir e afundar. “Foi nesse momento que os narcoterroristas perceberam que tinham errado”, ironizou o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung.
O Pentágono transferiu os pedidos de esclarecimento para a Casa Branca, que não detalhou a localização do ataque nem a nacionalidade das vítimas.
Este é o terceiro ataque naval anunciado por Trump em menos de um mês:
- 2 de setembro: ofensiva contra uma lancha rápida supostamente ligada à gangue venezuelana Tren de Aragua, que deixou 11 mortos.
- 15 de setembro: ataque a um barco que, segundo Washington, transportava drogas da Venezuela, também com três mortos.
- 19 de setembro: mais uma embarcação atingida por mísseis, com três mortes confirmadas.
O governo americano argumenta que as ações são necessárias para conter o fluxo de drogas para os EUA. “A inteligência confirmou que a embarcação traficava narcóticos ilícitos e transitava por uma rota conhecida de narcotráfico, a caminho de envenenar americanos”, declarou Trump.
A iniciativa, porém, tem sido alvo de críticas dentro e fora dos EUA. Senadores democratas e republicanos e grupos de direitos humanos questionam a legalidade da medida, já que as Forças Armadas estariam sendo usadas para fins de aplicação da lei.
Além disso, não há detalhes sobre como os militares verificaram a carga das embarcações ou comprovaram a filiação dos tripulantes a organizações criminosas antes dos ataques.
Na Venezuela, o regime de Nicolás Maduro acusa Washington de usar o combate ao narcotráfico como pretexto para uma operação de desestabilização política. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou nesta sexta-feira que os mortos foram “executados no Mar do Caribe, sem direito à defesa”.
“Com tanta tecnologia e tanto poder, e não conseguir interceptar um navio antes de destruí-lo?”, questionou Padrino, durante exercícios militares em La Orchila, que mobilizaram 2,5 mil soldados venezuelanos.
A escalada militar ocorre em meio a um reforço das forças marítimas dos EUA no Caribe e ao aumento das tensões entre Washington e Caracas. Maduro já havia afirmado que os vídeos divulgados por Trump sobre os ataques eram “montagens feitas com inteligência artificial” e acusou a Casa Branca de planejar uma “mudança de regime” na Venezuela.
