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05 de dezembro de 2025 - 21h02
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INTERNACIONAL

EUA reafirmam Doutrina Monroe e fortalecem presença nas Américas

Estratégia nacional visa limitar influência estrangeira, favorecer empresas americanas e conter China

5 dezembro 2025 - 20h15Agência Brasil
O presidente dos EUA, Donald Trump.
O presidente dos EUA, Donald Trump. - (Foto: Alan Santos /PR / ABrasil)

O governo dos Estados Unidos publicou nesta sexta-feira (5) a Estratégia Nacional de Segurança Nacional, reafirmando a Doutrina Monroe e a “proeminência” de Washington sobre o Hemisfério Ocidental, abrangendo América do Norte, Central e do Sul.

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Segundo o documento, os EUA pretendem garantir que concorrentes externos não instalem forças ou ativos estratégicos na região, ampliando sua influência econômica, militar e política. “Após anos de negligência, os Estados Unidos reafirmarão e farão cumprir a Doutrina Monroe para restaurar a proeminência americana no Hemisfério Ocidental e proteger nossa pátria e nosso acesso a regiões-chave”, afirma a publicação da Casa Branca.

Especialistas interpretam a nova política como um recado direto à China, diante do aumento da presença econômica de Pequim na América Latina. Para o professor de relações internacionais do Ibmec São Paulo, Alexandre Pires, o objetivo é enfraquecer a influência chinesa em projetos estratégicos e expandir o controle norte-americano sobre o Canal do Panamá, Caribe e países aliados da Rússia e da China, como a Venezuela.

Releitura da Doutrina Monroe

Criada em 1823, a Doutrina Monroe estabeleceu que “a América é para os americanos” e limitava a interferência europeia na região. O governo Trump introduz agora um “Corolário Trump”, que amplia a influência norte-americana e busca expulsar empresas estrangeiras que construam infraestrutura estratégica na América Latina.

O documento orienta que os funcionários americanos devem priorizar a promoção das empresas dos EUA, assegurando contratos de fornecimento e fortalecendo alianças comerciais e de segurança, incluindo venda de armas, compartilhamento de informações e exercícios conjuntos.

Impacto para os países da região

A estratégia norte-americana pode limitar a soberania de países latino-americanos, segundo especialistas. Qualquer acordo comercial ou de mineração com potências fora do Hemisfério Ocidental, como China, precisaria considerar os interesses dos EUA, sob risco de medidas geoeconômicas ou até militares.

O professor Alexandre Pires alerta que a política também busca recompensar governos e movimentos alinhados com Washington, enquanto governos com perspectivas diferentes, mesmo que cooperativos, terão sua influência limitada.

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