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JUSTIÇA

EUA deportam Julio César Chávez Jr., acusado de ligação com cartel de Sinaloa

Filho da lenda do boxe foi preso em Los Angeles e entregue ao México, onde é investigado por tráfico de armas e atuação em organização criminosa

20 agosto 2025 - 08h00Redação
Julio Cesar Chávez Jr.
Julio Cesar Chávez Jr. - (Foto: Patrick T. Fallon)

Julio César Chávez Jr., ex-boxeador e filho do multicampeão mexicano Julio César Chávez, foi deportado dos Estados Unidos para o México, após ser acusado de envolvimento com o cartel de Sinaloa e de fornecer informações falsas ao solicitar residência permanente. Ele foi entregue às autoridades mexicanas no dia 15 de agosto, na cidade de Sonora, e levado para o presídio de Hermosillo, capital do estado.

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A informação foi confirmada pela presidente do México, Claudia Sheinbaum:

"Ele foi deportado. Havia um mandado de prisão no México solicitado pela Procuradoria-Geral", declarou.

O caso acirra a tensão entre autoridades mexicanas e norte-americanas no combate ao narcotráfico e chama atenção pela figura pública envolvida.

Chávez Jr., de 39 anos, foi preso em 2 de julho, em Los Angeles, por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE). Ele foi detido por fraude migratória, após apresentar dados falsos ao solicitar residência permanente, alegando casamento com uma cidadã americana — que também foi apontada como operadora do cartel de Sinaloa.

Logo após a prisão, o governo mexicano notificou os EUA de que Chávez Jr. é investigado no México por tráfico de armas e participação em organização criminosa. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos foi além: classificou o ex-pugilista como "membro ativo do cartel de Sinaloa", organização que foi rotulada como grupo terrorista pela gestão de Donald Trump.

Segundo investigações do Ministério Público mexicano, Chávez Jr. mantinha vínculos diretos com os "Chapitos", filhos de Joaquín "El Chapo" Guzmán, um dos fundadores do cartel. Os "Chapitos" são apontados como atuais líderes da facção.

De acordo com o jornal Reforma, que teve acesso ao processo, Chávez Jr. atuaria como uma espécie de "justiceiro interno", encarregado de punir membros da própria organização.

"Ele os pendura, os trata como saco de pancadas", diz um trecho do testemunho anexado ao inquérito.

Essa suposta função aponta para um papel mais operacional do ex-lutador dentro da estrutura do cartel, muito além de mera associação ou financiamento.

Segundo as autoridades americanas, Chávez Jr. entrou nos Estados Unidos legalmente em 2023 com um visto de turista, válido até fevereiro de 2024. Poucos meses depois, em abril, ele solicitou residência permanente, alegando ter se casado com uma americana — relacionamento que, agora, também é investigado pelas autoridades por suspeita de ser parte do esquema do cartel.

Após a prisão e as investigações nos EUA, o boxeador foi transferido para a custódia mexicana, onde deve responder formalmente às acusações. Não há, até o momento, previsão de audiência pública ou julgamento, mas a Procuradoria-Geral do México já confirmou que há um mandado de prisão em vigor contra ele.

Histórico de polêmicas

Chávez Jr. teve uma carreira profissional marcada por altos e baixos. Com um histórico irregular no boxe, o ex-campeão dos médios acumulou polêmicas fora dos ringues, incluindo flagra por uso de substâncias proibidas, atritos com treinadores e episódios de comportamento errático. Nos últimos anos, ele passou a manter perfil mais discreto, mas reapareceu recentemente nas redes sociais com aparições ao lado de figuras ligadas ao narcotráfico.

A acusação de envolvimento direto com o cartel de Sinaloa, se confirmada, pode enterrar de vez qualquer possibilidade de retorno aos holofotes do esporte.

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