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MEMÓRIA AFETIVA

Bebê internada em Campo Grande ganha ensaio surpresa e emociona equipe médica

Profissionais do Hospital Unimed Campo Grande organizam ensaio fotográfico surpresa para bebê em cuidados paliativos e transformam dor em memória

21 março 2025 - 16h53Da redação
Família ganha ensaio fotográfico com Melissa, bebê de 4 meses, internada em UTI Pediátrica
Família ganha ensaio fotográfico com Melissa, bebê de 4 meses, internada em UTI Pediátrica - (Foto: Divulgação)

No compasso frio das máquinas que monitoram batimentos e respiração, a rotina da UTI Pediátrica do Hospital Unimed Campo Grande ganhou uma pausa. Uma pausa com roupa de festa, luz suave e um clique. Melissa, com apenas quatro meses de vida, internada sob cuidados paliativos, foi celebrada em um gesto que rompeu a lógica habitual do hospital: uma sessão de fotos no lugar onde geralmente se conta o tempo em silêncio.

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A ideia nasceu do desabafo da mãe, Alessandra Bueno de Castro, em uma conversa com a psicóloga Cinthia Munhões Elias. Entre uma troca de palavras e um nó na garganta, Alessandra revelou o arrependimento de não ter feito um ensaio fotográfico com a filha antes da internação. Um desejo simples, daqueles que passam batido em dias comuns, mas que adquirem outra espessura quando se vive o imprevisível.

O tempo é outro dentro de uma UTI. É um tempo feito de esperas e de pequenos milagres cotidianos, como respirar sem ajuda, como abrir os olhos. E ali, no meio desse tempo rarefeito, nasceu uma ideia: fazer o ensaio ali mesmo. Roupinhas delicadas, um cenário singelo, uma fotógrafa convocada de última hora e uma equipe que trocou o jaleco pela sensibilidade.

Ensaio fotográfico de bebê internada emociona e transforma UTI em cenário de amor e cuidadoEnsaio fotográfico de bebê internada emociona e transforma UTI em cenário de amor e cuidado

O mêsversário que virou história - O plano foi posto em prática em um sábado de março. A surpresa foi revelada à mãe na hora da visita. “Fiquei muito emocionada. Nunca imaginei que fariam isso por nós. Em meio a tanta dor, encontramos afeto”, disse Alessandra. A equipe do plantão se aproximou devagar, como quem não quer atrapalhar o sagrado. Alguns ficaram à porta, em silêncio, assistindo o instante que, sabiam, duraria pouco, mas ficaria impresso para sempre.

“Cada ensaio tem seu peso. Mas esse foi o mais leve e o mais denso de todos ao mesmo tempo”, contou a fotógrafa Mari Tavora, que registrou a cena. Segundo ela, o que seria uma sessão rápida virou uma espécie de ritual de carinho. “Não foi só um ensaio. Foi uma despedida sem palavras, uma presença em forma de imagem.”

A médica Patrícia Otto, responsável pelos cuidados de Melissa, diz que, em contextos onde a medicina não pode mais curar, resta o conforto. “Oferecer um momento assim é parte do cuidado. Nem tudo pode ser resolvido com remédio. Às vezes, o que a família mais precisa é de um gesto de humanidade.”

Rede do Abraço: cuidar além do corpo - Melissa é acompanhada pelo serviço de Cuidados Paliativos da Unimed Campo Grande, chamado de Rede do Abraço. A proposta é clara: tratar, sim — mas com foco no alívio, na presença, na dignidade. O serviço cuida do que os exames não captam: o cansaço da mãe, o medo do pai, a saudade antecipada da avó.

Essa é a parte da medicina que não está nos livros de farmacologia. Ela acontece quando o cuidado se mistura à empatia, e a técnica caminha lado a lado com o afeto.

Naquele sábado, a UTI virou estúdio. E entre fios, telas e monitores, uma bebê foi celebrada — com olhos atentos, mãos cuidadosas e uma câmera que eternizou o momento. Foi o tipo de cuidado que não aparece no prontuário, mas que faz diferença no coração.

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