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09 de novembro de 2025 - 23h32
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GERAL

Enem 2025 traz questões sobre Margot Robbie, Paulinho da Viola e pressão estética

Prova abordou temas sociais, cultura pop, diversidade e relações entre religião, ciência e poder

9 novembro 2025 - 20h30Adriana Victorino
Movimentação de candidatos para o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, na Universidade Paulista (Unip) no bairro da Barra Funda, zona oeste da cidade de São Paulo, neste domingo, 09 de novembro de 2025
Movimentação de candidatos para o primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, na Universidade Paulista (Unip) no bairro da Barra Funda, zona oeste da cidade de São Paulo, neste domingo, 09 de novembro de 2025 - (Foto: Fábio Vieira/Estadão)

O primeiro dia do Enem 2025, realizado neste domingo (9), destacou-se por abordar temas sociais e culturais amplos, com questões que foram da pressão estética sobre mulheres às diferentes formas de representação religiosa. A prova de Linguagens e Ciências Humanas também incluiu nomes como Margot Robbie, Paolla Oliveira, Paulinho da Viola, Clarice Lispector e Dalton Paula, além de referências à mitologia grega.

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A proposta de redação levou os candidatos a refletirem sobre o tema "Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira", que exigiu um olhar crítico sobre qualidade de vida, políticas públicas e preconceito etário.

Mais de 4,8 milhões de estudantes estão inscritos nesta edição. O segundo dia de provas será no domingo (16), com questões de Matemática e Ciências da Natureza.

Linguagens com foco em gênero e representatividade - A prova de Linguagens discutiu temas ligados à diversidade cultural e à pressão estética feminina, com destaque para uma questão que comparava comentários sobre a aparência de Margot Robbie e Paolla Oliveira.

“A questão trouxe à tona um debate importante sobre o controle social exercido sobre os corpos femininos”, afirmou Thatiane Hecht, professora do Elite Rede de Ensino.

Houve também questões sobre variação linguística, como o uso regional do termo “canjica”, e sobre a obra do artista Dalton Paula, que retrata pessoas negras com protagonismo. Outro item comparava os doze trabalhos de Hércules, da mitologia grega, à rotina de trabalhadores brasileiros que precisam conciliar múltiplas atividades para sobreviver.

Humanas destacou História e Sociologia - Em Ciências Humanas, a percepção dos especialistas foi de uma prova com alta carga interpretativa, mas com destaque para História e Sociologia. Segundo Raphael Kapa, do Colégio Andrews, algumas questões pareciam mais adequadas à prova de Linguagens, como as que abordaram Paulinho da Viola e Clarice Lispector.

Ainda assim, História exigiu mais conteúdo de sala de aula do que em anos anteriores. Foram abordados temas como Getúlio Vargas e Carlos Lacerda, grandes navegações e até um trecho de Adam Smith sobre empatia. Pedro Zonta, professor do SEB Lafaiete, observou aumento da presença histórica e interdisciplinaridade com Filosofia, Sociologia e Geografia.

A edição também trouxe questões sobre as religiões cristã, judaica, islâmica e de matriz africana, explorando suas interações com ciência, racismo e controle social. “Essa foi uma questão complexa, pois exigia do aluno interpretação sobre religião, ciência e poder”, avaliou Camila Feitosa, do Elite Rede de Ensino.

Abordagem ambiental e polêmicas sociais - Geografia foi marcada por uma abordagem técnica, com foco em fontes de energia, impactos ambientais e sustentabilidade, em sintonia com o debate global da COP30.

Uma das questões mais comentadas envolveu a desapropriação da fazenda Cabaceiras, no Pará, por casos de trabalho análogo à escravidão, crimes ambientais e descumprimento da função social da propriedade. O item provocou debates por tratar de temas sensíveis e politicamente controversos.

“A desapropriação é legal, prevista na Constituição, mas envolve tensões sobre a questão agrária”, explicou Juliana Przybysz, coordenadora de Geografia do Elite.

Filosofia e Sociologia em alta - A prova manteve a tradição de relacionar pensadores clássicos a temas contemporâneos, com foco em dilemas sociais. Filosofia trouxe abordagens dialógicas, enquanto Sociologia foi uma das disciplinas mais presentes, com questões sobre identidade, desigualdade e participação política.

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