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ENEM 2025

Enem 2025 adota modelo testlets pela primeira vez em provas de linguagens e humanas

Enem 2025 adota modelo testlets pela primeira vez em provas de linguagens e humanas

14 novembro 2025 - 16h45
Modelo testlets estreou nas provas de linguagens e humanas do Enem 2025 e pode ser ampliado para outras áreas.
Modelo testlets estreou nas provas de linguagens e humanas do Enem 2025 e pode ser ampliado para outras áreas. - (Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil)

O Inep adotou pela primeira vez o modelo testlets na elaboração das 90 questões de linguagens e ciências humanas aplicadas no primeiro dia do Enem 2025, realizado no último domingo (9). O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante coletiva de imprensa em Brasília.

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O novo formato reúne várias questões relacionadas a um mesmo texto-base, permitindo avaliar competências de forma integrada, segundo o instituto. A mudança, afirma o Inep, busca medir com mais precisão o conhecimento construído ao longo da formação escolar.

Uso poderá ser ampliado - No próximo domingo (16), os inscritos farão as provas de matemática e ciências da natureza, mas o Inep não revelou se o modelo será aplicado nessas áreas. O órgão explicou, em nota, que não divulga previamente informações sobre o conteúdo das provas por motivos de segurança. Ainda assim, a diretora de Avaliação da Educação Básica do Inep, Hilda Linhares, afirmou que a intenção é expandir o uso dos testlets para outras áreas do exame nos próximos anos.

O formato agrupa questões que partem de um mesmo texto-base, mas sem dependência entre elas — ou seja, uma resposta não interfere na outra. O objetivo é estimular o candidato a compreender, interpretar e aplicar conceitos de maneira mais aprofundada.

Segundo o Inep, o modelo permite:

reduzir o tamanho da prova;

evitar repetição de textos em várias questões;

utilizar textos mais completos e próximos da fonte original;

abordar contextos mais complexos;

avaliar tarefas cognitivas mais elaboradas.

Especialistas veem avanço na mudança - A diretora de Avaliações da Arco e porta-voz do SAS Educação, Camila Karino, afirmou que a adoção dos testlets pelo Inep foi inesperada, já que o Enem seguia um padrão consolidado há anos — cada questão acompanhava um texto-base próprio.

Para Camila, a mudança é “um avanço avaliativo sem desvantagens claras”, especialmente por permitir avaliar habilidades mais complexas.

“Quando cada questão tem seu próprio texto, é preciso escolher trechos menores, o que limita a profundidade da interpretação. Com os testlets, os textos ficam mais densos, elevando o nível da prova”, explicou.

Ela acrescenta que o uso de textos maiores não deve reduzir o tempo de prova, já que o candidato deverá lidar com materiais mais densos.

O modelo já é usado por vestibulares como UERJ, Unesp, UFRGS, Uece e Fuvest, além do PAS da UnB, mas, segundo Camila, nenhum deles explora todo o potencial dos testlets.

A educadora vê no movimento do Inep uma possível tendência para o futuro do exame — assim como já ocorre no Pisa, avaliação internacional comparativa.

TRI continua sendo a forma de cálculo da nota

Camila destaca que o novo formato não altera a metodologia de cálculo das notas. O Enem continua utilizando a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que considera a coerência das respostas e o grau de dificuldade de cada questão.

“A TRI estima a proficiência dos estudantes. Ela não define o formato da prova”, afirma.

As notas do Enem podem ser usadas para:

ingresso em universidades públicas;

bolsas em instituições privadas;

acesso ao Fies;

entrada sem vestibular em faculdades credenciadas;

programas de estudo em Portugal;

autoavaliação de treineiros;

certificação do ensino médio.

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