
O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 foi marcado por uma prova de nível médio e dentro do esperado, segundo avaliações de professores de diversas instituições. Aplicada na tarde deste domingo (16), a etapa abordou questões de Ciências da Natureza e Matemática, com destaque para perguntas sobre o velocista Usain Bolt e sobre o medicamento Ozempic, utilizado no tratamento da diabetes tipo 2.
Docentes ouvidos por A Crítica apontaram que a prova manteve tendências de anos anteriores, como o forte enfoque em Ecologia, além da exigência de raciocínio lógico e interpretação. Houve também observações sobre a ausência de conteúdos tradicionalmente presentes, como Botânica e Fisiologia Humana.
De acordo com Virgilio Aveiro, professor de Química da Escola SEB AZ Lafaiete, o exame foi mais direto. “A prova estava extremamente objetiva, uma prova direta, com poucas contas”, afirmou. Seu colega, Fernando Roma, destacou a ausência de Botânica. “Chamou atenção a ausência de questões de Botânica, o que foge um pouco da média dos anos anteriores”.
A professora Gabriella Leal, do Colégio pH, considerou o nível da prova equilibrado e de dificuldade média. “Os comandos estavam claros, e os textos-base não estavam longos. Em muitos casos, já conduziam o aluno para a resposta esperada”, explicou. Para ela, o conteúdo de Ecologia seguiu predominante, enquanto a ausência de Fisiologia Humana destoou de edições anteriores.
Yann Spinelli, professor de Biologia do Colégio Andrews, também percebeu a predominância da temática ambiental. “A Ecologia é sempre o ponto alto da prova, correspondendo a quase metade das questões aplicadas nos últimos dez anos”, observou.
Para Rafael Cafezeiro, da plataforma AZ, a prova de Biologia teve poucas questões desafiadoras, com nível considerado fácil em comparação com a edição de 2024. “Foi dentro do esperado, com bastante Ecologia, impacto ambiental e transgenia”, avaliou.
Caio Britto, professor de Física do Colégio pH, notou uma prova com maior equilíbrio entre teoria e cálculo em relação ao ano anterior. “Em 2024, tivemos uma maioria esmagadora de questões teóricas. Este ano foi mais bem dividida. Muitas questões exigiam raciocínio lógico e boa interpretação”, disse.
Caio Zanvettor, também do pH, destacou que a prova de Química reforçou a tendência conteudista do Enem. “As questões exigiram conhecimento prévio. Não eram do tipo que o texto te guia até a resposta, como já vimos em outras edições”, afirmou.
A segunda etapa do Enem teve início às 13h30 e foi encerrada às 18h30. Os portões foram fechados às 13h, e a saída dos candidatos foi permitida a partir das 15h30. No total, o exame mobiliza mais de 300 mil pessoas em 164 mil salas distribuídas por 11 mil locais de aplicação, espalhados em mais de 1.800 municípios.
No Pará, nas cidades de Belém, Ananindeua e Marituba, as provas ocorrerão nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro por conta da realização da COP30. Já a reaplicação para candidatos que tiveram problemas logísticos será nos dias 16 e 17 de dezembro.
O primeiro dia de provas aconteceu no domingo anterior, com testes de Linguagens, Códigos, Ciências Humanas e redação. Segundo o Ministério da Educação (MEC), dos 4,8 milhões de candidatos com inscrição confirmada, 73% compareceram à primeira etapa. A taxa de abstenção foi de 27%, número semelhante ao registrado em 2024.
O resultado final do Enem 2025 está previsto para janeiro de 2026.

