
O empresário Paulo Vinícius dos Santos, de 35 anos, que morreu após ser brutalmente agredido por um segurança em uma adega de Guarulhos, na Grande São Paulo, teve sua carteira roubada no momento do crime. A informação foi confirmada pelos advogados da família da vítima, Gabriel Constantino e Luís Gabriel Vieira.
Segundo os defensores, a ausência dos documentos de identificação foi um fator que dificultou o atendimento adequado ao empresário e atrasou o reconhecimento de sua identidade. Por não portar o cartão do plano de saúde, Paulo Vinícius acabou sendo levado ao Hospital Municipal de Guarulhos, em vez de uma unidade conveniada.
"Isso fez com que ele fosse conduzido ao hospital sem os seus documentos e nominado como indivíduo com calça e camisa pretas", afirmou Constantino. "O cartão do plano de saúde estava na carteira. Por isso, ele não foi encaminhado para o hospital particular que atendia o seu plano."
A carteira da vítima ainda não foi localizada. Os advogados afirmam que não é possível confirmar se o objeto foi roubado antes ou depois da agressão.
O caso ocorreu na madrugada do dia 20 de outubro, em frente à adega. Câmeras de segurança registraram o momento em que Paulo Vinícius é atingido por um soco desferido pelo segurança do local. O empresário cai imediatamente no chão e fica inconsciente.
Nas imagens, é possível ver que ele permanece desacordado na calçada por cerca de 10 minutos. Depois disso, o segurança e outro homem o arrastam até a lateral do estabelecimento, mas não prestam nenhum tipo de socorro.
De acordo com as investigações, a vítima permaneceu caída por cerca de duas horas até ser encontrada por um terceiro homem, que acionou o resgate. Ele foi então encaminhado ao Hospital Municipal de Guarulhos, ainda inconsciente.
A identificação só aconteceu no dia seguinte, quando um amigo ligou para o celular da vítima e foi atendido por uma enfermeira. Segundo o advogado, a profissional informou que o paciente estava em estado grave e com traumatismo craniano, mas que ninguém sabia sua identidade.
"O amigo achou que era uma brincadeira, mas a enfermeira disse que era sério e pediu que ele fosse imediatamente ao hospital", contou Constantino.
Paulo Vinícius não resistiu aos ferimentos e morreu na sexta-feira, 24 de outubro.
O segurança suspeito da agressão foi preso na última segunda-feira (27) em Arujá, também na região metropolitana de São Paulo. A Polícia Civil instaurou inquérito por homicídio. A defesa do segurança não foi localizada até o momento.

