
A Agência Nacional de Mineração (ANM) elevou o nível de emergência da barragem B1-A, em Brumadinho (MG), de nível 1 para nível 2, após a identificação de condições de estabilidade marginal. A medida, anunciada nesta quinta-feira, 24, é preventiva, com o objetivo de resguardar as pessoas que vivem nas proximidades da barragem.

De acordo com a ANM, a decisão foi tomada após constatar que as investigações geotécnicas realizadas pela Emicon Mineração, responsável pela barragem, não forneceram dados suficientes para garantir a segurança da estrutura. A agência determinou a contratação de uma empresa independente para realizar novas análises. Até o momento, não houve sinais de risco iminente de rompimento, mas a ANM decidiu agir para garantir a segurança da população.
A elevação para o nível 2 envolve a evacuação de pelo menos dez famílias que residem no entorno da barragem. O município de Brumadinho iniciou o processo de notificação e as retiradas começarão nesta sexta-feira, 25, com a previsão de conclusão em cinco dias. A maioria dos moradores será encaminhada para casas de parentes, enquanto a Defesa Civil e a Prefeitura de Brumadinho monitoram a situação.
A ANM também reforçou a importância de que a evacuação seja realizada de forma segura e planejada, principalmente devido à estiagem, que diminui os riscos hidrológicos. O processo de evacuação será acompanhado por autoridades locais e federais, como o Ministério Público Federal, o Estado de Minas Gerais e a Fundação Estadual do Meio Ambiente.
A barragem B1-A não está relacionada à tragédia ocorrida em 2019, quando a barragem B1, da Vale, rompeu em Brumadinho, matando 272 pessoas e causando um grande desastre ambiental. O volume da barragem B1-A é significativamente menor, com 914 mil metros cúbicos de sedimentos, enquanto a barragem B1 acumulava 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
Desde 2022, o Ministério Público de Minas Gerais acompanha a segurança da barragem B1-A, com a Emicon tendo se comprometido a melhorar as condições de segurança das barragens na região. Em outubro do ano passado, a ANM alertou sobre a falta de atividade humana na mina do Quéias e indícios de que algumas estruturas, incluindo a B1-A, poderiam estar se deteriorando.
