
No lugar da denúncia, a conversa. No lugar da ameaça, o diálogo. E, antes de tudo, a educação. É assim que o Programa Protege, criado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, tem buscado enfrentar a violência doméstica pela raiz. A estratégia é formar jovens conscientes e preparados para romper com os ciclos de agressão que muitas vezes começam em casa e se repetem por gerações.

Durante entrevista ao Giro Estadual de Notícias, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, explicou que o Protege vai além do acolhimento às vítimas: aposta na educação como ferramenta de transformação social. A proposta tem como eixo principal a parceria com a Secretaria de Estado de Educação e o fortalecimento dos grêmios estudantis em mais de 340 escolas públicas do estado.
A ação é simples, mas poderosa: levar ao ambiente escolar o debate sobre o que é violência, como ela se manifesta e como pode ser prevenida. Mostrar para meninas e meninos que ciúme não é prova de amor, que controle não é cuidado, e que relações saudáveis começam pelo respeito.
Viviane explicou que os jovens formados nesses grêmios estão sendo preparados como futuros líderes e multiplicadores. “Serão eles os prefeitos, governadores e secretários de amanhã. Por isso, é importante que cresçam entendendo que violência não é normal e que silêncio não é solução”, afirmou.
Além disso, o Protege incentiva a criação de projetos escolares voltados à promoção da equidade de gênero e ao combate à naturalização da violência doméstica. O governo estadual também tem apoiado ações formativas nas escolas, com palestras, rodas de conversa e atividades culturais.
A iniciativa integra um pacote mais amplo de políticas públicas voltadas à prevenção e ao enfrentamento da violência de gênero em Mato Grosso do Sul, que inclui também a ampliação de centros especializados, a criação do WhatsApp Vitória — um canal digital de orientação e apoio —, e a instalação de novas Casas da Mulher Brasileira em cidades do interior e da fronteira.
Programa Protege aposta na educação e no fortalecimento de grêmios estudantis para prevenir a violência doméstica em Mato Grosso do Sul
A secretária reforçou que o combate à violência exige não só punição, mas principalmente mudança de comportamento e de cultura. “Não dá mais para esperar que as vítimas denunciem sozinhas. É preciso que a sociedade inteira saiba identificar sinais, saiba acolher e, acima de tudo, saiba prevenir”, disse.
Em um estado que convive com índices elevados de violência doméstica, o investimento em prevenção dentro das escolas públicas é mais do que um gesto simbólico. É um passo concreto rumo a um futuro menos violento — e mais humano.
