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Em entrevista ao Programa Pânico, Delcídio do Amaral fala de sua trajetória política

O ex-senador também contou sobre a pré-candidatura a deputado federal, o do impeachment de Dilma e a prisão de Lula

29 julho 2022 - 17h14Da Redação
O ex-senador Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral
O ex-senador Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral - (Foto: Divulgação)

Em entrevista descontraída ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, concedida nesta quinta-feira (28/07) em São Paulo, o ex-senador pelo Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral, que é pré-candidato ao cargo de deputado federal pelo PTB, falou de sua trajetória política e sobre o motivo de ter deixado o PT, também sobre sua candidatura para as eleições deste ano e sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"Em Mato Grosso do Sul, sou presidente do Diretório Estadual do PTB e posso afirmar que o partido vai enfrentar essa eleição muito mais sólido e com um projeto de futuro pela frente", projetou.

Questionado se conseguirá ser eleito, Delcídio lembrou do seu legado como senador da República. "Eu tenho um legado, não posso dizer que serei eleito, mas, quando fui senador, percorri todos os rincões do meu Estado, de aldeias aos quilombolas. Então pergunta porque não saí candidato ao Senado e respondo que tento uma eleição de segurança. Claro que para mim seria o gran finale voltar para o Senado e olhar nos olhos de alguns que ainda estão lá, que são da minha época, pois eles sabem o que fizeram comigo. Ao cassarem o meu mandato, eles pensaram: vai o Delcídio e ficamos nós. Então, me cassaram. No caso do senador Aécio Neves, eles pensaram: se ele for, nós também vamos. Então, seguraram ele", analisou.

O ex-senador Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral

A respeito do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ele recordou que foi líder do Governo e era muito difícil a relação com o Congresso Nacional. "Como eu sempre tive uma relação educada, respeitosa com todos os parlamentares, eu transitava fácil em todos os partidos. Nós começamos a avançar, mas, uma série de medidas tomadas na época, trouxeram distorções econômicas grandes que acabaram degradando demais o cenário econômico e o cenário político. A Operação Lava-Jato já estava avançando, povo estava nas ruas, tivemos manifestações gigantescas e isso tudo foi um somatório de problemas que culminaram com o impeachment dela", contou.

Em outro momento, Delcídio afirmou que o objeto de investigação da Operação Lava Jato é absolutamente correto, mas apontou que um excesso de derivações e o envolvimento de muitos foros contribuíram para o enfraquecimento da Operação. "O objeto da Lava-Jato é absolutamente correto, tirando algumas ultrapassagens dos limites constitucionais quanto ao objeto, não há dúvida nenhuma sobre o que foi apurado. Só que perderam o 'timing' e começaram a ter derivação para tudo quanto é lado, muita gente envolvida em vários Estados e vários foros. E aí perdeu força", pontuou.

No caso da sua prisão por obstrução da Justiça em 2015, no âmbito da crise política que atingiu o Brasil em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato, ele disse ter recebido um tratamento por parte do PT que não foi dado nem aos acusados de corrupção que, posteriormente, foram condenados pela Justiça. "Quando eu fui preso, o PT, surpreendentemente, o senhor Rui Falcão, aquela bela figura, fez uma carta dizendo que eles não tinham nada a ver com isso. Nem me conheciam. O meu processo é por obstrução de Justiça. O PT, com vários acusados de corrupção que depois foram condenados, não adotou esse tipo de atitude", lamentou, completando que esse foi o motivo de deixar o partido. "Fui inocentado desse crime, pois ficou caracterizado flagrante forjado, não se pode gravar um senador sem autorização judicial", acrescentou.

Por fim, o pré-candidato a deputado federal foi questionado pelos membros da bancada da Jovem Pan sobre a prisão de Lula, dizendo que as decisões tomadas que envolvem o ex-presidente foram baseadas em fatos levantados pelas investigações. "Isso (se Lula devia estar preso) é a Justiça que vai dizer. Mas as decisões tomadas com relação ao ex-presidente Lula são procedentes e baseadas em fatos levantados nas investigações. Se há nulidade, mudança de instância, aí não sou eu a pessoa mais adequada (para opinar)", concluiu.

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