
Durante três dias, Campo Grande virou ponto de encontro dos prefeitos de Mato Grosso do Sul. Entre segunda (20) e quarta-feira (22), o 3º Congresso dos Municípios reuniu os gestores das 79 cidades do estado no Shopping Bosque dos Ipês. Foi lá que o prefeito de Coxim, Edilson Magro (PP), resumiu o ano de 2025 em uma palavra: difícil.

“Foi um ano complicado. Tivemos crise no país, corte de ICMS, o tarifaço e a queda no FPM. Tudo isso afetou diretamente os municípios”, disse. Em meio ao cenário de incertezas, Magro decidiu apertar os cintos. “Fizemos um decreto de contingenciamento de despesas, estamos enxugando a máquina para conseguir fechar o ano e cumprir os compromissos.”
A medida é uma tentativa de manter os serviços essenciais funcionando, especialmente a saúde, que segue como ponto mais sensível da gestão. Coxim hoje mantém os postos de saúde equipados, com médicos, enfermeiros e dentistas, além de uma policlínica com horário estendido até as 21h. Mesmo assim, o transporte de pacientes para Campo Grande continua sendo um desafio. “Tem dia que ambulância quebra, mas ninguém fica sem atendimento”, garantiu.

Com pouco recurso e muitas demandas, o prefeito aposta em outra frente para recuperar a economia da cidade: o turismo. Quando assumiu, Coxim nem estava mais no mapa turístico estadual. Agora, voltou a ser destino de eventos como carnaval, campeonato de pesca e encontros de jipeiros e trilheiros. “Teve até grupo de indianos visitando a cidade”, contou.
Edilson também cita iniciativas como a retomada da festa do peixe — agora chamada campeonato de pesca — e a remada das monções, que atrai praticantes de caiaque. “É cultura, é lazer e também é geração de renda”, defende. Ele ainda busca recursos em Brasília para viabilizar a construção de uma feira central com projeto assinado por arquiteto local.
Além do turismo, a agricultura também avança. A área de plantio de soja na cidade saltou de 5 mil para quase 20 mil hectares. “Onde chega a soja, chega o desenvolvimento. A gente quer atrair empresas, movimentar o comércio, mesmo com as restrições do zoneamento ecológico.”
Para o prefeito, o segredo está em equilíbrio: conter gastos com responsabilidade e abrir espaço para novas oportunidades. “Não dá para fazer loucura. A gente tem que cuidar bem do dinheiro público e buscar formas de desenvolver Coxim. Com os dois pés no chão.”
E é assim, entre ambulâncias com defeito, eventos de pesca e hectares de soja, que Edilson Magro tenta atravessar o ano. Se não dá pra fazer tudo, o objetivo é pelo menos manter o essencial funcionando e preparar o terreno para o que vem depois da crise.
