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BIOMA

Duzentos jacarés são transportados do Pantanal por conta da seca

Pantanal matogrossense, área onde vivem, passa pela pior seca dos últimos 60 anos, além de queimadas

21 setembro 2021 - 11h30Da Redação
Os jacarés estão sendo resgatados
Os jacarés estão sendo resgatados - (Foto: @grad_brasil/ Fernando Faciole)

Em uma operação emergencial que deve durar três dias, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) removeu 200 jacarés para outras áreas com mais condições de sobrevivência. O Pantanal matogrossense, área onde vivem, passa pela pior seca dos últimos 60 anos, além de queimadas.

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Com pouca água, os animais estão ilhados, desidratados e desnutridos. A ação inédita pretende evitar a morte desses animais. O cenário é dramático, disseram os especialistas do órgão, ao El País.

Os jacarés são resistentes a esse período mais crítico do bioma, mas as condições climáticas deste ano são mais intensas. A área também sofre, nos últimos dois meses, com os maiores incêndios da história, de acordo com o dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), que apontou 15% do Pantanal foi consumido, uma área equivalente a 2,2 milhões de hectares, ou o território de Israel.

Com esse agravante, os jacarés não conseguiram se alimentar o bastante para o período de brumação, técnica de sobrevivência que consiste na diminuição do metabolismo para aguentar mais tempo em temperaturas extremas.

De fevereiro a maio, o Pantanal norte tem períodos de inundações ao longo da Transpanteneira, que conta com 120 pontes, várias delas ainda de madeira. Os rios formados pela inundação passam por baixo delas e são chamados de corixos. Sem a chuva necessária o Pantanal não alagou este ano e no ano passado, o que fez com que praticamente todos estes rios secassem.

Técnicos do Ibama afirmam que a seca vai perdurar pelos próximos dois ou três anos. O desmatamento, a supressão de água do lençol freático e as queimadas reduziram o alimento que eles precisam.

Para garantir a sobrevivência desses animais nas condições atuais do bioma, diversas ONGs atuam na área. Algumas usam caminhões-pipas para encher os corixos. "Todos os dias chegamos aqui e há cinco, seis deles mortos com características de desnutrição e desidratação", afirmou a médica veterinária Carla Sássi, que compõe o Grad (Grupo de Resgate de Animais em Desastres), ao El País. Informações do portal UOL.

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