
O Hamas anunciou nesta quinta-feira (9) a conclusão de um acordo de cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, afirmando que o conflito com Israel chegou ao fim. O anúncio foi feito pelo chefe da delegação negociadora do grupo, Khalil al-Hayya, em um discurso transmitido por canais árabes de televisão.

“Recebemos garantias dos irmãos mediadores e do governo americano, todos confirmando que a guerra terminou completamente”, declarou al-Hayya.
Segundo ele, o acordo prevê a retirada completa das forças israelenses, a entrada de ajuda humanitária e a reabertura da passagem de Rafah, fronteira entre Gaza e o Egito, “nos dois sentidos”.
O pacto também inclui um amplo programa de troca de prisioneiros, com a libertação de 250 palestinos condenados à prisão perpétua e de 1.700 detidos da Faixa de Gaza presos após os ataques de 7 de outubro de 2023.
Além disso, todas as mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses devem ser libertadas.
“Trabalharemos com as forças nacionais e islâmicas para completar as etapas restantes, garantir os interesses do nosso povo e conquistar nossos direitos até o estabelecimento de um Estado palestino independente, com Jerusalém como capital”, afirmou o líder do Hamas.
A negociação envolveu mediadores do Egito, Catar e Estados Unidos, que confirmaram o compromisso com a implementação das medidas acordadas. A expectativa é que a entrada de ajuda humanitária em larga escala comece nos próximos dias, aliviando a grave crise humanitária na região.
A passagem de Rafah, bloqueada durante grande parte do conflito, será reaberta para fluxo de alimentos, medicamentos e refugiados, conforme o cronograma estabelecido no acordo.
O anúncio ocorre dois anos após o início da guerra em Gaza, marcada por milhares de mortos e deslocados. O conflito teve início após os ataques do Hamas em 7 de outubro, que deixaram centenas de mortos em Israel e desencadearam uma ofensiva militar israelense de grandes proporções.
Com o cessar-fogo, as partes tentam encerrar um dos capítulos mais sangrentos do conflito israelense-palestino. Analistas, porém, apontam que o cumprimento integral do acordo dependerá da coordenação entre as partes e da pressão internacional para garantir sua implementação.
