
Mato Grosso do Sul vai realizar, pela primeira vez, um diagnóstico completo da cadeia produtiva do leite. O estudo será conduzido pela Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Leite (Assuleite-MS), criada recentemente durante o Festival do Leite, Queijo e Economia Criativa, em Campo Grande.

Em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias, transmitido para todo o estado pelas rádios do Grupo Feitosa e pelas redes sociais do Jornal da Crítica, o presidente da Assuleite-MS, Eder Souza Oliveira, explicou que a iniciativa é fundamental para atualizar dados e direcionar políticas públicas até 2030. “Os números que a gente tinha do IBGE são de 2017. A realidade mudou muito de lá para cá. Esse diagnóstico vai permitir que a gente tenha clareza da produção e possa trabalhar projetos com base em informações reais”, afirmou.
Por que o diagnóstico é necessário - Hoje, os produtores de leite enfrentam desafios como importação de leite em pó, dificuldades logísticas e preços que nem sempre cobrem os custos da atividade. Para Oliveira, a ausência de informações precisas atrapalha o planejamento de investimentos. “Sem saber exatamente quanto produzimos, onde estão os gargalos e quais regiões precisam de mais apoio, fica difícil criar políticas públicas eficientes. O diagnóstico vai ajudar a mudar isso”, destacou.
Parcerias para coleta de dados - O levantamento contará com a colaboração de entidades como Sebrae, Embrapa, sindicatos e laticínios. A Assuleite-MS pretende ouvir produtores de diferentes regiões do estado, de pequenas propriedades a grandes indústrias, mapeando desde genética do rebanho até capacidade de processamento dos laticínios.
Segundo Oliveira, o diagnóstico também será útil para entender melhor a relação entre produtores e indústrias. “Queremos aproximar essas duas pontas, diminuir custos de transporte e melhorar a renda do produtor. Mas, para isso, precisamos saber onde estão as oportunidades”, explicou.
Sustentabilidade e novos projetos - Com os resultados, a expectativa é que o governo estadual desenvolva programas de incentivo financeiro, assistência técnica e projetos para fomentar a produção em municípios onde a atividade ainda não é tradicional. “Temos cidades interessadas em entrar no setor, mas sem dados fica difícil saber qual é o melhor caminho. O diagnóstico vai orientar investimentos e preparar o estado para 2030”, disse Oliveira.
A Assuleite-MS também pretende usar o estudo para desmistificar o consumo de leite e derivados, destacando sua importância nutricional e econômica. A ideia é criar campanhas para ampliar o consumo interno e valorizar produtos regionais, fortalecendo pequenos produtores e indústrias locais.
Próximos passos - O diagnóstico está em fase de planejamento e será iniciado após a estruturação completa da associação. Para Oliveira, o sucesso do projeto depende da participação ativa dos produtores. “Precisamos que os produtores regionais se organizem em associações locais, se filiem à Assuleite-MS e participem do levantamento. Só assim vamos conseguir criar políticas públicas que atendam toda a cadeia”, concluiu.
