
Em coletiva nesta quartafeira (29), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que “as verdadeiras quatro vítimas” da megaoperação policial foram apenas os policiais mortos. A declaração foi dada logo após a Defensoria Pública do Rio de Janeiro ter informado ao menos 132 mortos na ação.
“Aquelas foram as verdadeiras quatro vítimas. De vítimas, ontem, só tivemos os quatro policiais”, disse o governador.
Pelo menos 60 corpos foram encontrados por moradores em área de mata do Complexo da Penha, no RJ - (Foto: Pedro Kirilos/Estadão)
Castro também comunicou que o número oficial de mortos caiu para 58 – sendo 4 policiais –, contra o saldo de 64 divulgado pela própria gestão na terça-feira. Ele explicou que a contagem só começa quando os corpos entram no IML e que o balanço pode ainda mudar.
“Nossa contabilidade começa na hora que esses corpos entram no IML. Não contabilizamos por imagem, foto. (…) O secretério [sic] Felipe me passou agora, são 58, sendo 4 policiais. Esse dado vai mudar com certeza. O trabalho de perícia não terminou.”
Essa megaoperação — que envolveu cerca de 2,5 mil agentes, blindados e helicópteros nos complexos da Penha e do Alemão — foi considerada a mais letal da história do estado. Moradores relataram que ao menos 60 corpos foram levados à Praça SãoLucas entre madrugada e manhã nesta quarta. A gestão estadual porém não atualizou oficialmente esses dados.
Além disso, o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou à televisão que os cadáveres levados pelos moradores não estavam na contagem oficial.
O governador defendeu o “sucesso” da ofensiva contra o crime organizado, citando a utilização de drones e explosivos pelo ComandoVermelho como justificativa para a adoção de força coletiva.
“A opção pelo confronto é do bandido. Não vamos recuar”, reforçou Castro.
