
Preocupado com o aumento do número de mortes de profissionais de imprensa por Covid-19, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT/MS) apresentou, nesta quinta-feira (08/04), o Projeto de Lei nº 1317/2021, na Câmara dos Deputados, para incluir a classe na lista de prioridade para receber a vacina contra o novo coronavírus, pois a categoria já está entre as atividades essenciais durante a pandemia. “Acredito que, após ser analisado pela Casa de Leis, o PL já deve ser votado em plenário na próxima terça-feira (13/04), pois foi apresentado como regime de urgência”, disse à reportagem de A Crítica.

Segundo o parlamentar sul-mato-grossense, os profissionais de imprensa estão na linha de frente do novo coronavírus. “Eles estão dentro dos hospitais, nas clínicas e, quando tem manifestações com muitas pessoas, são eles que vão lá para poder mostrar os erros que as pessoas estão cometendo. São os jornalistas que mostram as festas irregulares, os restaurantes e os bares que não seguem os protocolos de biossegurança, eles que estão nas ruas mostrando tudo”, ressaltou.
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Para Dagoberto Nogueira, 52% dos jornalistas já pegaram a Covid-19 e muitos até morreram para poder passar informações para a população. “Então, é mais do que justo que eles entrem na lista dos grupos prioritários para que sejam vacinados para a gente continuar sendo bem informados. A informação é o que está fazendo a gente combater a Covid-19”, afirmou, completando que a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) divulgou na terça-feira (06/04), véspera do Dia do Jornalista, que o Brasil é o país com o maior número de mortes de jornalista pelo novo coronavírus no mundo.
De acordo com levantamento, 169 jornalistas profissionais morreram entre abril de 2020 e março de 2021 vítimas da Covid. Os dados fazem parte do dossiê “Jornalistas vitimados por covid-19”, que mostra também que em três meses o número de mortes neste ano supera todo o ano de 2020. Em Mato Grosso do Sul, a situação não é diferente, em um curto espaço de tempo mais de sete profissionais contraíram a doença e foram a óbito, fora a curva de contaminação que têm sido altíssima, já que a categoria está nas ruas para levar informação à população.
No entanto, além de estarem no front da batalha contra a desinformação, jornalistas, cinegrafistas, radialistas, fotógrafos e outros profissionais estão enfrentando condições de trabalho difíceis, ditadas pelo risco de contágio e pelo isolamento social, agregado ao fato de que estão sendo duramente golpeados com constantes ataques e agressões. “Nosso mandato está atento a todas as categorias de linha de frente da Covid-19, apoiamos todos os PL que trouxeram as questões dos professores, segurança pública, pessoas com deficiência e comorbidades e, com o relato de que os jornalistas têm 52% de chance de contágio, achamos por bem encampar essa luta, pois sem informação não existe conscientização da importância do isolamento e da imunização e é mídia que traz isso para nós”, informou.
Dagoberto Nogueira reforça ainda a necessidade de mobilização da categoria. “Agora é o momento de união dos jornalistas brasileiros, através de suas organizações sindicais, conselhos, federação, entre outras, para podermos passar o PL na Câmara, no Senado e conseguirmos a sanção presidencial”, conclui, lembrando que o município de Teresina, no Piauí, já anunciou decreto para incluir, dentre outras categorias, as de jornalista como prioritárias para a vacinação.
