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FALTA DE OXIGÊNIO

Covid-19 aumenta escassez mundial de cilindros de oxigênio, diz ONU

Organização estima que enfrentamento da emergência demandará investimento de US$ 1,6 bilhão

26 fevereiro 2021 - 08h07
Pessoas acampam em fila para comprar cilindros de oxigênio em Lima, Peru
Pessoas acampam em fila para comprar cilindros de oxigênio em Lima, Peru - (Foto: Ernesto Benavides/AFP)
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A pandemia de coronavírus comprometeu o já limitado estoque de oxigênio médico em todo o mundo, afirmou a ONU nesta quinta-feira, 25, ao anunciar o lançamento de um grupo de trabalho de emergência para buscar soluções para a crise. Embora o oxigênio seja um medicamento essencial para o tratamento eficaz de pacientes com covid-19, custos, infraestrutura e barreiras logísticas limitam os estoques em todo o mundo.

A falta de cilindros causa mortes desnecessárias - o Estado do Amazonas, por exemplo, registrou alta de 41% no número de óbitos por covid-19 após a crise do oxigênio em Manaus.

Os países de baixa e média renda são os principais atingidos. Nos últimos 90 dias, eles usaram em média 7.792.550 metros cúbicos de oxigênio por dia - 2.107.147 só no Brasil. A ONU estima que, nestes países, mais de meio milhão de pacientes com covid-19 necessitam de tratamento com oxigênio todos os dias. Vinte e cinco países, a maioria na África, relatam picos de demanda.

Na América Latina, a segunda região do mundo com mais mortes por coronavírus, uma cena de desespero se repete: pessoas em filas intermináveis pagam preços exorbitantes por um cilindro de oxigênio, enquanto pacientes morrem asfixiados em hospitais. No Peru, os preços de cilindros dispararam mais de 300%; no México, autoridades observaram aumento de 700% na demanda de gás entre 20 de dezembro e 20 de janeiro.

De acordo com a ONU, serão necessários US$ 90 milhões (aproximadamente R$ 450 milhões) de financiamento imediato para atender às necessidades urgentes em até 20 países de baixa e média renda. No total, estima a ONU, a emergência demandará US$ 1,6 bilhão (aproximadamente R$ 8 bi).

O fornecimento mundial de oxigênio já era limitado antes da pandemia para tratar doenças como a pneumonia, que deixa 2,5 milhões mortes todo ano.

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