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DOCUMENTÁRIO BBC

BBC sugere que corpo encontrado na Líbia pode ser de líder religioso desaparecido há 50 anos

Clérigo xiita desaparecido em 1978 teria sido identificado por tecnologia de reconhecimento facial em necrotério secreto em Trípoli

3 setembro 2025 - 11h50Redação
O documentário The Mystery of Musa al-Sadr, lançado nesta semana pela BBC, questiona se um corpo encontrado por um repórter em um necrotério secreto poderia ser do clérigo Musa al-Sadr
O documentário "The Mystery of Musa al-Sadr", lançado nesta semana pela BBC, questiona se um corpo encontrado por um repórter em um necrotério secreto poderia ser do clérigo Musa al-Sadr - (Foto: Reprodução/BBC)
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O documentário “The Mystery of Musa al-Sadr”, lançado esta semana pela BBC, investiga o possível paradeiro do clérigo xiita Musa al-Sadr, desaparecido na Líbia em 1978. A produção aponta que um corpo localizado em um necrotério secreto em Trípoli pode ser dele.

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Sadr, líder influente no Líbano e defensor do diálogo inter-religioso, viajou à Líbia a convite de Muammar Kadafi em agosto de 1978. O objetivo era pedir a intervenção de Kadafi para proteger civis durante a guerra civil libanesa. Após seis dias de espera, Sadr foi visto sendo levado de um hotel por um carro oficial e nunca mais retornou. As autoridades líbias alegaram que ele teria partido para Roma, mas investigações posteriores desmentiram essa versão.

Conhecido por proteger a comunidade xiita, Sadr recebeu o título de imã e seu desaparecimento gerou diversas teorias: alguns acreditam que foi assassinado, outros que continua vivo em cativeiro. Pesquisadores da BBC destacam que sua influência sobre o Irã na véspera da revolução iraniana poderia ter motivado interesses políticos contrários a ele.

A investigação incluiu uma análise da Universidade de Bradford, que utilizou o algoritmo Deep Face Recognition para comparar a imagem do corpo com fotos conhecidas de Sadr. O resultado apontou 60 pontos de semelhança em uma escala de 0 a 100, considerado uma “alta probabilidade” de ser o clérigo, segundo o professor Hassan Ugail.

Apesar da descoberta, Sayyed Sadreddine Sadr, filho do clérigo, descartou que o corpo seja do pai, afirmando ter informações de que ele ainda estaria vivo após 2011. A crença de que Sadr continua vivo é compartilhada pelo partido político Amal, fundado por ele, que exerce forte influência entre os xiitas libaneses.

O repórter Kassem Hamadé, que registrou a foto em 2011, também coletou folículos capilares para teste de DNA, mas a amostra teria sido perdida por erro técnico, segundo o Amal. Em março de 2023, a equipe da BBC foi detida e interrogada pela inteligência líbia, acusada de espionagem, e posteriormente liberada e deportada.

O documentário reforça a complexidade do caso e o mistério em torno de Musa al-Sadr, enquanto as autoridades líbias e o gabinete de Nabih Berri, chefe do Amal, não comentaram o episódio.

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