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COP30

Falta de consenso no tratado contra poluição plástica é "péssimo indicativo" para COP30

Márcio Astrini vê reflexos do impasse nas negociações sobre o plástico nas futuras discussões sobre mudanças climáticas

18 agosto 2025 - 16h15Redação, O Estado de S. Paulo
Falta de consenso no tratado contra a poluição plástica levanta preocupações para a COP30 em Belém.
Falta de consenso no tratado contra a poluição plástica levanta preocupações para a COP30 em Belém. - Foto: K.M. Chaudary/AP

A falta de consenso para a assinatura do primeiro tratado internacional contra a poluição plástica é considerada um "péssimo indicativo" para o andamento da COP30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém. A afirmação é do secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, em sua coluna semanal na Rádio Eldorado.

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Após 11 dias de negociações entre representantes de 184 países na sede da ONU em Genebra, na Suíça, a quinta rodada de discussões sobre o tratado, iniciado em 2022, terminou em impasse no último dia 15.

Bloqueios de países produtores de petróleo e plástico

Países produtores de petróleo, como Rússia, Arábia Saudita, Irã e Kuwait, e países produtores de plástico, como os Estados Unidos, bloquearam as medidas que limitaria a produção e o uso do material, assim como a proibição de componentes tóxicos.

Astrini explicou que os impasses nas negociações de tratados, como o de plástico, acabam sendo transferidos para conferências maiores, como a COP, sobre mudanças climáticas. "Esses bloqueios têm reflexos", destacou o especialista.

Atrasos nas metas climáticas para a COP30

Astrini também apontou que, com a COP30 se aproximando, 27 dos 198 países signatários do Acordo de Paris ainda não entregaram novas metas climáticas (NDCs) obrigatórias. O prazo final de entrega seria fevereiro de 2025, mas a maioria dos países ainda não se comprometeu de forma ambiciosa. Países-chave como China, Índia, Indonésia e a União Europeia ainda não cumpriram suas obrigações, enquanto Brasil, Noruega e Japão apresentaram metas insuficientes.

"A crise climática está se agravando e muitos países ainda não estão assumindo seu papel", disse Astrini, ressaltando a dificuldade de garantir avanços suficientes para evitar catástrofes climáticas maiores.

Atraso nas avaliações e risco para a COP30

Com o atraso na entrega das metas, a ONU poderá não concluir a análise completa do impacto das promessas feitas pelos países antes da COP30 em novembro, dificultando a análise da eficácia das ações climáticas.

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