
A falta de consenso para a assinatura do primeiro tratado internacional contra a poluição plástica é considerada um "péssimo indicativo" para o andamento da COP30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém. A afirmação é do secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, em sua coluna semanal na Rádio Eldorado.

Após 11 dias de negociações entre representantes de 184 países na sede da ONU em Genebra, na Suíça, a quinta rodada de discussões sobre o tratado, iniciado em 2022, terminou em impasse no último dia 15.
Bloqueios de países produtores de petróleo e plástico
Países produtores de petróleo, como Rússia, Arábia Saudita, Irã e Kuwait, e países produtores de plástico, como os Estados Unidos, bloquearam as medidas que limitaria a produção e o uso do material, assim como a proibição de componentes tóxicos.
Astrini explicou que os impasses nas negociações de tratados, como o de plástico, acabam sendo transferidos para conferências maiores, como a COP, sobre mudanças climáticas. "Esses bloqueios têm reflexos", destacou o especialista.
Atrasos nas metas climáticas para a COP30
Astrini também apontou que, com a COP30 se aproximando, 27 dos 198 países signatários do Acordo de Paris ainda não entregaram novas metas climáticas (NDCs) obrigatórias. O prazo final de entrega seria fevereiro de 2025, mas a maioria dos países ainda não se comprometeu de forma ambiciosa. Países-chave como China, Índia, Indonésia e a União Europeia ainda não cumpriram suas obrigações, enquanto Brasil, Noruega e Japão apresentaram metas insuficientes.
"A crise climática está se agravando e muitos países ainda não estão assumindo seu papel", disse Astrini, ressaltando a dificuldade de garantir avanços suficientes para evitar catástrofes climáticas maiores.
Atraso nas avaliações e risco para a COP30
Com o atraso na entrega das metas, a ONU poderá não concluir a análise completa do impacto das promessas feitas pelos países antes da COP30 em novembro, dificultando a análise da eficácia das ações climáticas.
